Boa Esperança do Norte, em Mato Grosso, sem prefeitura, Câmara e infraestrutura pública, não aparece no Google Maps, após emancipação de Sorriso em 2023.
No coração do Mato Grosso, existe um município peculiar chamado Boa Esperança do Norte, com uma população de quase 10 mil habitantes. Embora seja um município oficial, ele carece de infraestrutura básica, como uma prefeitura, uma Câmara Municipal e sedes de secretarias. Além disso, é difícil encontrar informações sobre ele, até mesmo no Google Maps.
Apesar de ser um município com tantas limitações, a cidade de Boa Esperança do Norte está em constante evolução. A prefeitura, embora não seja uma estrutura física presente, trabalha arduamente para melhorar a qualidade de vida dos moradores. O distrito, que abrange a área do município, também está sendo desenvolvido para atender às necessidades da comunidade. O futuro é promissor e, com o tempo, é provável que Boa Esperança do Norte se torne uma cidade próspera e bem estruturada. A esperança é a chave para o progresso.
Um Novo Capítulo para o Município de Boa Esperança do Norte
Depois de mais de duas décadas, o antigo distrito de Sorriso conquistou em 2023, no Supremo Tribunal Federal, o reconhecimento de sua emancipação, e a eleição do domingo passado, 6 de outubro, foi o primeiro passo de um processo de estruturação que parte praticamente do zero. No mais novo município brasileiro, a expectativa é grande — tão grande quanto a dúvida sobre como serão os primeiros passos. Até um simples papel timbrado já será motivo de comemoração, diz Calebe Francio (MDB), recém-eleito prefeito de Boa Esperança do Norte. Enquanto primeiro gestor municipal da história da cidade, ele considera que cada pequeno passo será uma vitória.
Desafios e Expectativas para o Município
Antes da definição de elementos como um brasão oficial, porém, sua primeira preocupação é com o caixa da prefeitura que ainda nem existe. Não há oficialmente um orçamento definido para 2025. Mesmo antes de tomar posse em janeiro, Calebe terá conversas com o governo do Estado e com o governo federal para falar sobre os repasses de recursos ao município. Ex-subprefeito de Boa Esperança, Calebe conta que desde a liberação do STF ele já vem estudando a manutenção da infraestrutura pública atual. Uma equipe de transição trabalha nesta semana em um cálculo do custo dos serviços no novo município.
A intenção é garantir que a cidade iniciará o ano com o mínimo para o funcionamento pleno das áreas de saúde e educação, por exemplo. O distrito tem hoje uma única unidade de saúde e uma escola. Como a emancipação inclui também outros dois distritos que faziam parte do município vizinho, Nova Ubiratã, serão agora três unidades de saúde e três escolas para a população de Boa Esperança do Norte. De acordo com o prefeito eleito, a atual sede da subprefeitura será a nova prefeitura. No entanto, ainda não há espaço definido para os escritórios de todas as suas secretarias municipais.
Cooperação e Desafios para o Futuro
Calebe conta que empresários locais do setor agropecuário ofereceram, a título de empréstimo, espaços para que a prefeitura possa iniciar seus trabalhos a partir de janeiro, até que tenha orçamento para alugar ou construir suas próprias sedes. ‘Temos uma comunidade com pessoas que sempre se ajudaram muito. População e empresas. Foi assim que o distrito chegou nesse ponto até se tornar um município’, diz. O clima de cooperação na construção da cidade é perceptível mesmo entre adversários políticos. Daniely Peters (DC) foi a mulher mais votada na primeira eleição de Boa Esperança do Norte e conquistou uma vaga na futura Câmara de Vereadores. Ela apoiava o candidato derrotado na disputa pela prefeitura, Demétrio Cavlak (DC). ‘A gente vai ter que se unir para pensar a cidade’, diz Daniely. ‘A expectativa é que tenhamos um crescimento muito grande e rápido nos próximos anos e ainda não temos infraestrutura para receber novos moradores. Isso me preocupa. Vamos trabalhar juntos pela cidade’, diz.
Fonte: @ Estadão
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