Adversários isolaram o ex-coach, que adotou tom mais ameno na administração, realizada no centro das discussões, com rejeição geral às medidas propostas para a Prefeitura de São Paulo.
Os candidatos a prefeito de São Paulo apresentaram um tom mais conciliador e realizaram um debate mais construtivo até o momento, após uma série de encontros marcados por críticas e acusações que pouco influenciaram as intenções de voto e resultaram em um aumento da rejeição geral.
Neste novo encontro, os candidatos optaram por uma abordagem mais respeitosa, evitando o confronto direto e buscando estabelecer uma discussão mais produtiva sobre os principais temas da campanha. O debate permitiu que os candidatos apresentassem suas propostas de forma mais clara e objetiva, sem recorrer a ataques pessoais ou acusações infundadas. A mudança de tom foi bem recebida pelo público, que pôde avaliar melhor as ideias e propostas dos candidatos.
Um Debate com Tom Mais Ameno
No encontro promovido por SBT, Terra e Rádio Novabrasil, Pablo Marçal (PRTB), conhecido por ser o principal agitador nos seis encontros anteriores, adotou uma postura mais moderada e diminuiu o tom de voz. Isso ocorreu após uma disparada de sua rejeição nas últimas semanas, que o levou a se tornar o candidato mais rejeitado, com 47% de rejeição, segundo o Datafolha.
Com mais espaço para propostas, a administração realizada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi o centro das discussões. O emedebista defendeu a gestão e ressaltou medidas realizadas em parceria com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu principal aliado. O alerta do mediador César Filho, que abriu o encontro ameaçando interromper a transmissão do debate se houvesse falta de respeito e descumprimento das regras, surtiu efeito.
Um Debate com Regras Claras
Até mesmo o pedido para que os candidatos se chamassem pelo nome de campanha e não por apelidos, prática de Marçal repetida aqui e ali pelos demais, foi cumprido – a exceção foi uma ocasião já na reta final. Candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram de debate realizado no SBT nesta sexta-feira, 20. Marçal, que cresceu 17 pontos percentuais nas últimas seis semanas, foi ignorado enquanto pôde pelos adversários no primeiro bloco. Eles preferiram discutir entre si e só fizeram perguntas ao ex-coach quando não havia outra opção.
O influenciador falou pela primeira vez somente 21 minutos após o início do debate, quando Tabata Amaral (PSB) foi obrigada a direcionar sua pergunta a ele. Ela acabou dando direito de resposta a Marçal ao compará-lo com o ‘jogo do tigrinho’: promessas ‘fáceis, mas que lascam com a vida das pessoas’, disse. A deixa serviu para Marçal apresentar sua nova roupagem. Ele pediu perdão aos eleitores paulistanos, disse que sua tentativa até o último debate foi mostrar o caráter dos adversários, mas que a eleição começa para valer somente agora.
Um Debate com Propostas
‘As pessoas querem saber a sua pior versão e a sua melhor. A minha pior eu já mostrei nos debates. A partir de agora você vai ver alguém que tem postura de governante’, disse Marçal. Ele parabenizou Tabata pelo programa ‘Pé de Meia’, proposto pela candidata e aprovado no Congresso Nacional, chegou a defender Nunes após a deputada criticar a atuação do prefeito na crise causada pela má qualidade do ar na capital paulista, mas se colocou como crítico ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao dizer que fará a população ‘prosperar’ para não votar no PT. Marçal, no entanto, derrapou na sua penúltima intervenção ao chamar o prefeito de ‘tchuchuca do PCC’ (Primeiro Comando da Capital).
‘Você quer roubar até o apelido que coloquei em você. Lamento o nível que este rapaz trouxe para os debates. Estava indo bem até agora, mas ele não consegue’, respondeu Nunes. Com o ex-coach em segundo plano, a administração de Nunes, que lidera numericamente as pesquisas, voltou a pautar as discussões. Ele foi criticado por Guilherme Boulos (PSOL) por dizer em um podcast bolsonarista que errou ao defender a vacinação.
Fonte: @ Estadão
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