Monitoramento da USP revela que candidatos de direita dominam interações nas redes sociais em segurança pública e mercado, com mais likes e engajamento nas eleições.
No cenário político brasileiro, os candidatos bolsonaristas têm se destacado em dois campos fundamentais na disputa pelas cadeiras na Câmara Municipal de São Paulo: o engajamento da juventude e a segurança pública. Esses dois temas são cruciais para o sucesso eleitoral, e os candidatos bolsonaristas têm conseguido prevalecer sobre os concorrentes de esquerda.
Entre os candidatos com 18 a 29 anos, dispersos em 19 diferentes partidos, as lideranças bolsonaristas têm dominado o mercado dos likes, especialmente nas redes sociais. Isso é um indicativo de que os candidatos bolsonaristas estão conseguindo conectar-se com a juventude de forma mais eficaz do que os postulantes de esquerda. A habilidade de se comunicar de forma eficaz é fundamental para o sucesso eleitoral. Além disso, a segurança pública é um tema que tem sido amplamente discutido pelos aspirantes à Câmara Municipal, e os candidatos bolsonaristas têm conseguido se posicionar de forma mais convincente sobre esse tema. A capacidade de oferecer soluções concretas para os problemas de segurança pública é essencial para conquistar o voto dos eleitores.
Os Candidatos que Dominam as Redes Sociais
Os candidatos à Prefeitura de São Paulo e à Câmara Municipal estão utilizando as redes sociais para se conectar com os eleitores e aumentar sua visibilidade. De acordo com o relatório quinzenal do ‘Monitoramento das Eleições Municipais de 2024′, coordenado por um grupo interdisciplinar de pesquisadores da USP, Lucas Pavanato (PL) é o campeão de interações no Instagram e no TikTok, seguido por Zoe Martínez (PL), Renato Battista (União), Gabriel Marrom (PRD) e Maicon Sulivan (PMN), todos de direita.
Esses candidatos estão utilizando as redes sociais para se conectar com os eleitores e aumentar sua visibilidade. Pavanato, por exemplo, recebeu R$ 1 milhão do diretório nacional do partido e é seguido por 1,3 milhão de pessoas no TikTok. Ele também tem feito uma campanha radical contra a esquerda e a imprensa, o que lhe confere grande visualização de suas publicações.
Os Concorrentes e Postulantes
Zoe Martínez é outro grande investimento do PL, que aportou R$ 950 mil em sua candidatura. Ela também é uma das principais apostas do partido para aumentar a bancada de vereadores. Com 1,3 milhão de seguidores no Instagram, ela concentra sua campanha nos ataques à esquerda e tem apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e da deputada federal Bia Kicis (PL-DF).
Renato Battista, por sua vez, é o nome do Movimento Brasil Livre (MBL) na disputa. Ele conta com 352 mil seguidores no Instagram e também aposta no enfrentamento à esquerda como bandeira eleitoral. Sua campanha recebeu R$ 700 mil do diretório estadual do União Brasil.
A Segurança Pública e o Mercado dos Likes
A postura virulenta contra a esquerda, numa tentativa de demonizar o campo ideológico adversário com abuso de descontextualização de cortes de vídeos e da prática da ‘lacração’, confere a esses candidatos grande visualização de suas publicações. No entanto, essa estratégia também pode ter consequências negativas, como a polarização do debate político e a diminuição da segurança pública.
O mercado dos likes e seguidores também é um fator importante na campanha eleitoral. Os candidatos que têm mais seguidores e interações nas redes sociais têm mais chances de serem eleitos. No entanto, é importante lembrar que a popularidade nas redes sociais não é o único fator que determina a vitória eleitoral.
Os Aspirantes e a Briga com a Direita
O candidato jovem de esquerda que mais se aproxima dos adversários em interações, segundo o relatório, é Leonardo Grandini (PSOL). Ele se vende como ‘o vereador do Janones em São Paulo’ e como ‘o terror dos bolsonaristas da Jovem Pan’ em suas redes sociais. O PSOL investiu R$ 130 mil em sua candidatura. Com 77,2 mil seguidores no Instagram e 35 mil no TikTok, Grandini partilha da ideia de que a briga com a direita é desproporcional.
Fonte: @ Estadão
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