Fórmula baseada nas fases do sono indica o momento ideal para acordar, considerando ciclos de 90 minutos. Especialistas apontam limitações.
Quando o tema é sonho, desejo que permeia a mente de muitos, a busca por uma noite tranquila é constante. Muitas pessoas recorrem a métodos variados, como chá de camomila, leitura relaxante, ou até mesmo contar carneirinhos. Recentemente, surgiu uma técnica que promete não só melhorar a qualidade do sono, mas também proporcionar um despertar revigorante.
Em meio a tantas estratégias para alcançar o tão almejado sonho, é fundamental lembrar da importância de um ambiente propício para dormir. Afinal, a qualidade do descanso noturno impacta diretamente na produtividade e bem-estar durante o dia. Experimente ajustar a temperatura do quarto, investir em um colchão confortável e desligar os eletrônicos antes de se deitar. Assim, você estará mais próximo de conquistar um sonho tranquilo e restaurador.
Sonho: A Importância dos Ciclos de Sono
A sugestão baseia-se no fato de que a noite de descanso é segmentada em ciclos, com cada um durando, em média, 90 minutos. O segredo para evitar fadiga ou sonolência no dia seguinte é acordar entre um ciclo e outro, nunca no meio de um. Com uma calculadora em mãos, é possível fazer alguns cálculos: se você foi dormir às 23h e precisa levantar às 7h, o momento ideal para acordar seria às 6h30 – entre o quinto e o sexto ciclo. Se acordar exatamente às 7h, há grandes chances de se sentir indisposto.
A técnica mencionada funciona bem, mas até certo ponto. Nossa noite de sono pode ser dividida em ciclos. ‘Dormimos em média de quatro a seis ciclos por noite’, afirma a neurologista Andréa Bacelar, da Associação Brasileira do Sono (ABS). O tempo de cada ciclo varia consideravelmente, com alguns durando 90 minutos e outros podendo chegar a 120 minutos.
O método que leva em consideração os ciclos do sono para determinar o momento ideal de despertar tornou-se popular nas redes sociais. Cada ciclo é composto por quatro estágios: N1, N2, N3 e REM. Se cada ciclo tem uma média de 90 minutos, pode-se deduzir que cada estágio dura aproximadamente 22,5 minutos, mas na realidade, a duração de cada estágio também varia.
O primeiro estágio é o N1, caracterizado pelo sono leve, uma transição entre a vigília e o sono. É breve e superficial, ocupando 5% do ciclo. O N2 é um estágio intermediário entre o sono leve e profundo, representando até 55% do ciclo. O N3 é o estágio de sono profundo e restaurador, abarcando 20% do tempo total, enquanto o REM é conhecido como o estágio dos sonhos, ocupando também 20%.
Cada estágio possui funções e características distintas. Dos quatro estágios, o N3 e o REM são os mais difíceis de interromper. Após o REM, o ciclo reinicia com o N1, repetindo-se de quatro a seis vezes por noite.
Durante a noite, é comum acordar de duas a três vezes, geralmente nos estágios iniciais (N1 ou N2) ou entre os ciclos. Raramente acordamos espontaneamente nos estágios mais profundos (N3 ou REM). Portanto, não é aconselhável despertar alguém, a menos que seja absolutamente necessário. A interrupção do sono pode prejudicar a qualidade do descanso e afetar o bem-estar no dia seguinte.
Fonte: @ Estadão
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