Prefeito mantém distância de Pablo Marçal em pesquisas, reforçando estratégia de manter ex-presidente em segundo plano, como no debate da TV, após a campanha presidencial, no Tribunal Superior Eleitoral.
O ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) permanecerá em um papel de apoio na campanha de reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) à Prefeitura de São Paulo. De acordo com um interlocutor do atual prefeito, não há necessidade de Bolsonaro se envolver diretamente na campanha, pois, no momento, o foco está em outras estratégias.
Embora Bolsonaro seja uma figura importante para os bolsonaristas, o líder da campanha de Ricardo Nunes acredita que, por enquanto, é melhor manter o ex-presidente em um segundo plano. O ex-coach da seleção brasileira de futebol, Luiz Felipe Scolari, também adotou essa estratégia em momentos cruciais de sua carreira. A ideia é que, se necessário, Bolsonaro possa ser chamado para reforçar a campanha de Ricardo Nunes.
Episódio da Cadeirada e o Impacto nas Pesquisas
Depois do episódio da cadeirada no debate da TV Cultura, Ricardo Nunes tem se consolidado na liderança das últimas pesquisas de intenção de voto, ampliando a distância para o adversário Pablo Marçal (PRTB). A avaliação é que o episódio e o consequente resultado dos levantamentos também afetaram a postura de Bolsonaro. Ou seja, se em algum momento ele flertou com a campanha do ex-coach, agora não há movimento pendular nesse sentido. Entretanto, ele continuará no banco dos apoiadores de Nunes, pois limitar a participação do líder bolsonarista é, agora, a estratégia do grupo do emedebista.
O instituto Datafolha mostrou que Nunes manteve sua vantagem de oito pontos porcentuais ante o empresário no cenário estimulado de 1º turno. Além disso, outro ponto importante para evitar a aparição do ex-mandatário na campanha do prefeito tem como base o levantamento da Quaest, divulgado na semana anterior. O ex-coach recuou oito pontos porcentuais entre eleitores que votaram em Bolsonaro em 2022 no período de uma semana. Na pesquisa divulgada na semana anterior, o candidato do PRTB tinha 50% de intenção de voto dentro desse grupo, caindo para 42% nesta semana. Nunes segue atrás, mas passou de 32% para 35% em sete dias.
Posicionamento de Nunes e a Relação com Bolsonaro
A avaliação interna do partido é que essa movimentação é ‘muito positiva’ para o emedebista. Apesar de manter Bolsonaro no banco de reserva, caso haja alguma emergência que a campanha considere necessário acioná-lo, Nunes tem feito discursos mais alinhados à direita. Numa das declarações recentes, por exemplo, defendeu o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes se for provado que o magistrado cometeu abusos. Bolsonaro também não teria gostado de o influenciador ter comparado episódio da cadeirada que recebeu de Datena (PSDB) durante o debate organizado pela TV Cultura com a facada que levou durante ato de sua primeira campanha presidencial em 2018.
O Datafolha realizou 1.204 entrevistas presenciais em São Paulo (SP) com eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 16 e 19 de setembro. O índice de confiança é de 95% e o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o SP-03842/2024. A margem de erro para este levantamento é de 3 p.p. para mais ou para menos. A pesquisa Quaest entrevistou 1.200 eleitores de 16 anos ou mais em São Paulo (SP) entre os dias 15 e 17 de setembro. O nível de confiança é de 95% e o levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o código SP-00281/2024.
Fonte: @ Estadão
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