Candidato a prefeito defende projeto antiaborto por estupro em horário eleitoral, enquanto Luiz Datena e vice-presidentes da Câmara discutem cadeirada de José.
O presidente Jair Bolsonaro estará em Brasília nesta segunda-feira, 16, para gravar cenas ao lado de candidatos a prefeito apoiados pelo PL, que serão exibidas no horário eleitoral de rádio e TV. Essa é uma estratégia importante para fortalecer a presença do partido nas eleições.
Com a popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda alta, o PL busca aproveitar sua influência para impulsionar as campanhas de seus candidatos. Bolsonaro, que é uma figura central no partido, estará ao lado de candidatos a prefeito que contam com o apoio do PL, reforçando a união e a força do partido nas eleições. Essa parceria pode ser fundamental para o sucesso dos candidatos.
Aliança política em São Paulo
O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre a novo mandato em São Paulo, terá uma agenda intensa após participar do debate da TV Cultura, marcado pela cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) na direção de Pablo Marçal (PRTB). No entanto, ele não se encontrará com o ex-presidente Bolsonaro. A lista de nomes que farão vídeo e áudio com Bolsonaro inclui o candidato do PL no Rio, Alexandre Ramagem, que enfrenta dificuldades para superar o favoritismo do prefeito Eduardo Paes (PSD).
Embora o ex-presidente Bolsonaro tenha feito uma chamada surpresa para declarar apoio a Nunes durante um jantar no Clube Monte Líbano, em São Paulo, integrantes do PL ainda reclamam que a campanha do prefeito sempre tentou escondê-lo. ‘O marqueteiro de Nunes fez um estudo e entendeu que esse não era o melhor momento para a direita pura vencer em São Paulo porque Lula tinha ganhado de Bolsonaro na capital, em 2022′, disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL), um dos vice-presidentes da Câmara.
Impacto da aliança em São Paulo
Apesar de Bolsonaro ainda não ter aparecido na propaganda nem ter feito campanha com o prefeito, as intenções de voto em Nunes cresceram, segundo as últimas pesquisas. Considerado porta-voz do pastor Silas Malafaia na Câmara e autor do projeto antiaborto por estupro, Sóstenes chama a extrema-direita de ‘direita pura’ e afirma que, se Nunes vencer a eleição, será por ter na chapa um vice indicado por Bolsonaro, o coronel da Polícia Militar Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota.
‘Se ele não tivesse esse vice, a direita toda iria para Pablo Marçal’, argumentou o deputado, em alusão ao candidato do PRTB. Questionado se achava que eleitores conheciam o vice, Sóstenes respondeu: ‘Todos sabem que é de Bolsonaro‘. Marçal levou uma cadeirada de Datena durante o debate da TV Cultura, após acusar o apresentador de assédio sexual e comparar a situação à facada sofrida por Bolsonaro em 2018.
Estratégia política de Marçal
Adversários de Marçal têm certeza de que o influenciador usa a estratégia de provocar os oponentes com o objetivo de gerar imagens que atraiam eleitores nas redes sociais. Após deixar o debate e se dirigir ao hospital, Marçal publicou uma foto em seu Instagram na qual comparava a cadeirada que levou de Datena à facada sofrida por Bolsonaro e aos atentados contra Donald Trump, que disputa novamente a presidência dos Estados Unidos. No entanto, o ex-presidente Bolsonaro, que já esteve próximo de Marçal, voltou a dar estocadas nele.
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo