Banco Central fez dois leilões de US$ 4,6 bilhões, cotação segue alta, atingindo R$ 6,09 e abertura de mercado, ambiente político e inquérito.
A prisão de altos comandos militares brasileiros, como Walter Braga Netto, acusados de obstruir processos que investigam tentativas de golpe de Estado, é inédita no País e um marco na luta contra a subversão militar. Essa prisão é fundamental para garantir que os responsáveis por tais crimes sejam responsabilizados.
A prisão do general Walter Braga Netto, acusado de obstruir o processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, é inédita no País e não é, ao mesmo tempo, um sinal de que o País está lutando contra esses crimes. A prisão de presos políticos é um passo importante, mas a verdadeira luta é contra a subversão militar.
Prisões de Generais em Ambientes Políticos Tumultuosos
O professor de História do Brasil, Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ressaltou em seu perfil no X (antigo Twitter) que, além de Walter Braga Netto, outros seis generais de alta patente do Exército já foram presos antes dele, mas com procedimentos distintos, segundo o historiador. O contexto é crucial para compreender a significância de cada caso. A prisão de Braga Netto, de quatro estrelas, é inédita em sua natureza: trata-se de um processo legal conduzido pelo Poder Judiciário, em plena fase democrática.
Em contraste, as prisões de outros militares de alta patente ocorreram em momentos de crise política ou institucional, com ordens diretas dos então presidentes. Este é o caso do marechal Hermes da Fonseca, preso em julho de 1922, acusado de conspiração no levante militar conhecido como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. Após seis meses, o marechal foi solto após receber um habeas corpus, mas sua prisão foi irregular, uma vez que não passou por um inquérito e indiciamento, como é o caso atual.
Em 1955, o tenente Alcides Etchegoyen, ligado a agitações militares desde a década de 1920, foi preso por ter assinado um manifesto exigindo a renúncia de Getúlio Vargas. Fiúza de Castro também foi preso em 1955, enquanto estava no palácio do Catete, por liderar o movimento militar contra a posse de Juscelino Kubitschek e João Goulart. O general de três estrelas Juarez Távora foi preso em 1955 e 1956, após a deposição de Carlos Luz da presidência.
Em 1961, o marechal Henrique Teixeira Lott foi preso por ter feito um manifesto em favor da posse de João Goulart. Teixeira Lott também preso em 1964. Todos esses casos ocorreram em contextos de crise política ou institucional, com ordens diretas dos presidentes envolvidos. A prisão de Braga Netto, por outro lado, é única em sua natureza: um processo legal conduzido pelo Poder Judiciário em fase democrática. Este é um marco importante na história da prisão de militares de alta patente no Brasil.
Fonte: @ Estadão
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