Países e empresas buscam alternativas às fontes de energia poluentes, enquanto o aquecimento global aumenta, e as apostas online em jogos esportivas e de azar crescem.
No Brasil, as empresas de apostas e entidades do setor de jogos de azar têm trabalhado incansavelmente para garantir seus interesses no Congresso. Com uma estratégia bem definida, essas empresas conseguiram conquistar várias vitórias importantes na tramitação do projeto do governo Lula (PT) que regulamentou as apostas online.
Essa regulamentação abriu caminho para a expansão dos jogos de azar no país, permitindo que as empresas de bets ofereçam uma variedade de opções para os apostadores. Além disso, a regulamentação também trouxe mais segurança e transparência para a jogatina online, o que é fundamental para proteger os consumidores. Agora, é hora de aproveitar as oportunidades que essa regulamentação oferece e explorar novas possibilidades no mercado de apostas.
A Bancada das Apostas
A lobby dos jogos está pressionando para que o Senado vote a favor da legalização de bingos, cassinos e do jogo do bicho. Uma investigação do Estadão identificou 12 deputados e senadores que defendem os interesses da jogatina no Congresso, formando uma espécie de ‘bancada das apostas’. Esse grupo é diverso e inclui congressistas de todos os credos ideológicos, desde Ciro Nogueira (PP-PI) até Rogério Carvalho (PT-SE). Procurados, os políticos afirmam que atuam para controlar os efeitos negativos das apostas e para fazer o setor pagar tributos.
O Papel da Bancada das Apostas
Para identificar os principais nomes da ‘bancada das apostas’, a reportagem do Estadão analisou a tramitação dos projetos relacionados ao tema, as agendas de reuniões de autoridades no Ministério da Fazenda que trabalham com as apostas esportivas e conversou com congressistas contrários à legalização dos jogos. O grupo pró-jogos é formado por cinco deputados e sete senadores, de PT, PL, União, PSD, PP, PSDB, Podemos e PV. Eles trabalham para garantir que as apostas sejam regulamentadas e que o setor pague tributos.
Investigações e Críticas
No início deste mês, a Polícia Civil de Pernambuco deflagrou a operação Integration, para apurar o possível envolvimento de bets e casas de câmbio com a lavagem de dinheiro. As investigações resultaram na prisão preventiva da influenciadora digital Deolane Bezerra, já solta, e na decretação da prisão, depois revogada, do cantor Nivaldo Batista Lima, o Gusttavo Lima. Além disso, as bets também viraram alvo de críticas por levar brasileiros de baixa renda à penúria financeira – relatório do Banco Central divulgado esta semana mostrou que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com as bets somente em agosto.
A Regulamentação das Apostas
As apostas são legais no Brasil desde 2018, quando o governo de Michel Temer (MDB) enviou ao Congresso uma medida provisória sobre loterias. O tema deveria ser regulamentado em até dois anos, ou seja, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Mas o capitão reformado do Exército não o fez – a regulamentação acabou sendo feita no ano passado, já na gestão Lula. O ministro Fernando Haddad (Fazenda) viu no tema uma possibilidade de aumentar a arrecadação do governo.
A Bancada das Apostas e a Regulamentação
A ‘bancada das apostas’ trabalhou durante a tramitação do projeto de lei enviado por Haddad ao Congresso. Garantiram assim diversas vitórias às bets, como aumento de prazos e redução de tributos. Também foi na Câmara dos Deputados que o projeto passou a permitir os chamados ‘jogos on-line’, categoria da qual faz parte o ‘jogo do Tigrinho’. O projeto original do governo tratava apenas das apostas esportivas, e não deste tipo de ‘cassino virtual’. Um dos principais nomes da bancada, o deputado Adolfo Viana (PSDB-BA), foi o relator do projeto de Haddad na Câmara. Garantiu, em seu relatório, a redução da contribuição das bets para a Previdência, dos 10% iniciais para apenas 2%.
Fonte: @ Estadão
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