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Na primeira análise, o documento parece ser uma cópia de uma solicitação de micro-crédito feita pela Fundação Gayer, entidade ligada ao deputado, para um valor de R$ 1,5 milhão para aquisição e entrega de cestas básicas a 2.500 famílias em uma cidade do interior do estado de Goiás. O parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu que o documento é falso.
Na sequência da apuração, os agentes federais chegaram a uma pequena casa, que abrigava um local de trabalho da Fundação Gayer, onde encontraram um micro-ordenador com documentos em papel e folhas impressas com datas e informações que não condiziam com a documentação oficial. Com o suporte de especialistas da PF, a equipe de investigadores conseguiu identificar que o documento que inicialmente despertou suspeitas era, na verdade, uma cópia menor de tamanho de um documento original, o que evidenciava que o documento era diminuto para ser considerado confiável.
Descoberta de documentação irregular envolvendo deputado federal
A Operação Discalculia, realizada pela Polícia Federal (PF), revelou um caso suspeito de lavagem de dinheiro envolvendo o deputado federal Gustavo Gayer. O documento, datado de 2003, refere-se a uma empresa com uma composição inusitada: um presidente de apenas 8 anos de idade, um tesoureiro de 6 anos e um vice-presidente de 9 anos. Além disso, a ata foi supostamente produzida por uma bebê de um aninho, indicada como secretária da assembleia da firma. O deputado Gayer e seus aliados estão sob suspeita de associação criminosa voltada para o desvio de cota parlamentar.
A PF apreendeu R$ 72 mil na casa de um assessor do deputado. O documento faz parte dos autos da Operação Discalculia e contém dados de uma assembleia da Associação Comercial das Micro e Pequenas Empresas de Cidade Ocidental, fundada em 1999 com prazo de duração de quatro anos. Durante os ‘debates’, as crianças investidas no papel de executivos teriam decidido mudar a diretoria da empresa, o endereço da sede, a razão social e o nome fantasia, dando vida formal ao Instituto de Desenvolvimento e Investimento Socioeducacional.
A assembleia ocorreu em 30 de outubro de 2003, mas o pedido de registro da ata em cartório só ocorreu 20 anos depois, em maio de 2023. Esse lapso temporal, combinado com o quadro societário único da empresa, fez a PF suspeitar que a Associação teria sido comprada por Gustavo Gayer e seus aliados para desviar dinheiro público da Câmara. Além disso, a PF suspeita que o deputado comprou a empresa desativada por R$ 6 mil, pagos diretamente pelo deputado.
A corporação aponta que o bolsonarista e seus auxiliares pretendiam qualificar a associação como uma organização da sociedade civil de interesse público para receber verbas públicas via emendas parlamentares. Para tal fim, teria sido operacionalizada a suposta falsificação da ata lavrada pela bebê de um ano. No entanto, o registro não foi realizado pelo Cartório, que considerou que a empresa já estava extinta. Os investigados então realizaram um novo pedido de registro, em outro cartório, também com indícios de falsificação de documentos, segundo a investigação.
A PF não conseguiu identificar se o grupo ‘atingiu o escopo pretendido de qualificar a associação como Oscip e se recebeu recursos públicos por meio da associação adquirida’. Para afastar dúvidas e coletar mais indícios, os investigadores pediram autorização ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, para decolar a Operação Discalculia. O deputado Gustavo Gayer em ato no Rio de Janeiro A PF cita diálogos que, em sua avaliação, reforçam o suposto objetivo do grupo de ‘comprar’ uma associação para receber verbas públicas. As mensagens foram trocadas entre João Paulo de Sousa Cavalcante, assessor de Gayer, e uma outra investigada.
Fonte: @ Estadão
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