Ministro contesta limites da Lei das Agências, cogita intervir na Aneel por ideias estapafúrdias no Ministério da Energia.
O ministro Alexandre Silveira insiste em trazer à tona questões relacionadas a Minas e Energia, mesmo diante de tantos assuntos mais cativantes para abordar. Em uma de suas propostas mais controversas, ele ameaçou intervir na Aneel, devido à suposta inércia da agência. A independência da agência é fundamental para evitar interferências políticas, algo que Silveira parece ignorar.
Em meio a essas polêmicas, o Ministério de Minas e Energia se vê envolvido em debates acalorados sobre o papel do governo na regulação do setor energético. A atuação do ministro Silveira levanta questionamentos sobre os limites da intervenção estatal, especialmente em um órgão como a Aneel. A discussão sobre a autonomia da agência e a interferência política promete se estender, trazendo à tona questões complexas sobre a gestão do setor de Minas e Energia.
Minas e Energia: Intervenção Política e Iniciativas Estapafúrdias
A atuação do Ministério de Minas e Energia tem sido alvo de críticas e questionamentos. O ministro não parece se conformar com os limites estabelecidos pela Lei das Agências, alegando que a Aneel está dominada pelo mercado. No entanto, a realidade mostra que as iniciativas no Ministério de Minas e Energia estão mais alinhadas aos interesses dos lobbies do setor do que se imagina.
Uma das medidas mais controversas foi a extensão de subsídios para energias renováveis, por meio da polêmica MP 1212, que teve a autoria do ministro. Com sucessivas MPs, ele tenta legislar sem a devida aprovação do Congresso, o que levanta questionamentos sobre a transparência e legitimidade de suas ações.
A recente publicação de uma MP para novas regras de operação da Amazônia Energia, logo após a compra das térmicas da Eletrobras pela Âmbar, levanta suspeitas de favorecimento. O ministro justifica tais decisões como coincidências, mas a realidade sugere o contrário.
Além disso, a importação de energia da Venezuela e o acordo para ressuscitar uma térmica do grupo, que descumpriu regras anteriores, colocam em xeque a verdadeira intenção por trás das ações do Ministério de Minas e Energia. A promessa de redução de tarifas parece distante, enquanto os subsídios e incentivos ao mercado livre se aprofundam.
O consumidor regulado é quem mais sofre com as consequências das ações do ministro, sem ter representação efetiva no Congresso ou no Ministério de Minas e Energia para defendê-lo. A demora na definição das regras para renovação das concessões e as brigas políticas que afetam a Aneel mostram a instabilidade do setor.
A modernização do setor energético, tão prometida, parece sempre adiada. Sem uma reconstrução da governança setorial e um fortalecimento do planejamento e regulação, a tão necessária modernização não sairá do papel. Talvez seja hora de repensar a atuação do Ministério de Minas e Energia e buscar um caminho mais transparente e eficaz para o setor.
Fonte: @ Estadão
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