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Empresa confirma recebimento dos produtos após queixa da cliente e destaca pressões internacionais para regime venezuelano de Maduro.
A situação na Venezuela é, até o momento, o principal desafio da política externa de Lula 3. Muitas críticas têm sido feitas em relação às ações do ex-presidente e do PT, que mantiveram relações próximas com o governo Maduro. A esquerda enfrenta grandes obstáculos ao admitir a transformação do governo venezuelano em uma ditadura cada vez mais consolidada.
Recentemente, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tem sido alvo de intensas críticas por sua gestão autoritária e pela crise econômica no país. A comunidade internacional demonstra preocupação com a situação dos venezuelanos sob o comando de Maduro, que parece ignorar as necessidades do povo.
O desafio de lidar com um Maduro cada vez mais isolado
O governo brasileiro, por sua vez, se aliou a outros países, como Colômbia e México, na tentativa de promover algum tipo de diálogo entre Maduro e a oposição. No entanto, é difícil acreditar que essas iniciativas terão sucesso. A verdade é que o Brasil e outros países da América Latina têm uma importância limitada nos desdobramentos futuros desse cenário.
As eleições, desde o início, já vinham sendo marcadas por uma série de irregularidades, e a maior surpresa não foi tanto a fraude em si, mas sim a sua magnitude. Maduro se preparou para manter o controle do poder mesmo sem contar com o apoio popular necessário, e tem deixado claro que ainda exerce domínio sobre as instituições essenciais para tal.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrenta resistência diante das pressões internacionais, e a pressão do Brasil para que ele apresente as atas eleitorais completas parece ter pouco impacto. Diante da necessidade de manipular as eleições para se manter no poder, Maduro parece estar disposto a aceitar um maior isolamento internacional.
As relações bilaterais entre Brasil e Venezuela já estão bastante enfraquecidas. A Venezuela foi suspensa do Mercosul em 2016 por violar a ‘cláusula democrática’ do bloco. Desde então, o comércio entre os dois países caiu para menos de 2 bilhões de dólares, menos de um terço do valor registrado entre 2011 e 2013.
Além disso, Maduro já sobreviveu a períodos de pressão externa mais intensa no passado. Sanções severas impostas pelos Estados Unidos na década passada resultaram em um grande fluxo de imigrantes. Às vésperas de uma eleição presidencial, o governo norte-americano está cauteloso em exercer pressão máxima sobre Maduro novamente.
Diante desse cenário, a melhor aposta para o fim do regime Maduro seria uma divisão interna que separasse o governo dos militares. Até o momento, não há evidências sólidas de que isso esteja ocorrendo. No entanto, em meio a protestos que se espalham para regiões além dos redutos tradicionais da oposição, é possível que a situação evolua.
Em um contexto de crescente violência e perda de legitimidade do regime, os custos para a manutenção da aliança entre Maduro e os militares podem se tornar excessivos, abrindo espaço para dissidências. No entanto, esse cenário ainda não é o mais provável no momento.
O governo brasileiro e a esquerda nacional precisam se preparar para lidar com esse desafio de frente. Maduro provavelmente continuará sendo um vizinho incômodo por um bom tempo.
Fonte: @ Estadão
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