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A tortura histórica na sociedade se relaciona diretamente com a ascensão do poder real, tornando-se um componente essencial em várias dinastias. A sofisticação da etiqueta da Corte e a pompa acompanharam a brutalidade exercida pelos governantes, que lidavam com a tortura como um instrumento de punição.
A ascensão do poder real também esteve relacionada com a crueldade e a barbaridade adotadas pelos reis, como demonstrado pela forma como lidavam com crimes como o regicídio. A execução de François Ravaillac em 1610, por exemplo, foi um exemplo disso, tornando-se um evento de grande impacto na sociedade. Havia uma grande distância entre a forma como o rei era tratado e como um simples cidadão era punido. O rei era visto como o pai da nação, e o regicídio era considerado um crime de grande atrocidade. Ao mesmo tempo, a sociedade estava cada vez mais sensível às questões de ética e moral, tornando-se cada vez mais crítica em relação ao uso da força e da violência.
Tortura e Barbaridade: A Ascensão do Poder e o Uso Extremo da Violência
A punição foi brutal: Ravaillac foi preso à roda, submetido a suplícios inumanos e executado em frente ao Hôtel de Ville, em Paris. Os ossos foram quebrados com golpes de barras de ferro, e cortes profundos foram feitos em seu corpo. Chumbo fervente, vinagre e sal foram derramados nas feridas, e cavalos esquartejaram o corpo, que foi queimado e as cinzas atiradas ao vento. Os familiares também sofreram punições, e o nome de Ravaillac foi proibido em todo o reino.
A brutalidade não parou por aí. Na noite de 3 de setembro de 1758, o rei português D. José I foi alvejado por três homens que dispararam contra sua carruagem. Presos e torturados, os autores dos disparos confessaram que agiam a mando da tradicional família de nobres, os Távoras. O processo também implicou o duque de Aveiro. O ministro Marquês de Pombal manteve o sigilo, interrogou os assassinos e executou-os rapidamente. Em seguida, prendeu os nobres, utilizando uma violência extrema inédita contra duques e marqueses, que tradicionalmente eram decapitados sem uso de tortura.
Em janeiro de 1759, houve a execução e suplício público dos indiciados. A punição de famílias de alta estirpe era uma reafirmação do poder indiscutível da Coroa. A Casa de Bragança deu a Sebastião José de Carvalho e Melo o título de Conde de Oeiras e, por fim, Marquês de Pombal, como um agradecimento pela eliminação de seus inimigos e pela centralização da monarquia portuguesa.
A tentativa de regicídio contra D. José I abriu caminho para a extinção da Companhia de Jesus, e a inconfidência dos Távoras foi útil ao projeto político da Coroa. A brutalidade de Pombal não se restringiu ao seu próprio reino. No dia cinco de janeiro de 1757, Luís XV, o rei da França, foi alvejado por Robert-François Damiens, que avançou sobre o monarca com uma faca. A tortura de Damiens teve os mesmos requintes de crueldade pública, ocorrendo na mesma praça que viu a morte de Ravaillac. Alicates quentes, cortes, derramando-se chumbo e enxofre fervente nas feridas. Ao final, cavalos esquartejaram o corpo, e o tronco, ainda em movimento, foi atirado na fogueira.
Esses eventos marcaram uma ascensão do poder, onde a violência e a crueldade foram utilizadas para reafirmar o controle da Coroa.
Fonte: @ Estadão
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