Nos dias que seguem uma eleição, muitos eleitores expressam frustração ao sentir que o candidato que prometeu mudanças “desaparece” do cenário público. No entanto, essa ausência pode ser, paradoxalmente, o maior sinal de que o político está cumprindo seu dever. Longe dos holofotes e das manchetes, o verdadeiro trabalho de administrar uma cidade, estado ou país se desenrola.
O Peso da Gestão Pública
Governar não é uma extensão da campanha eleitoral. Se durante as eleições o político é visto em debates, entrevistas e comícios, uma vez eleito, sua rotina muda radicalmente. Agora, a responsabilidade recai sobre a gestão de recursos públicos, a criação de políticas efetivas e a solução de problemas estruturais que, muitas vezes, exigem mais tempo em reuniões técnicas do que na frente das câmeras.
Na análise política do jornal a Gazeta do Povo, há uma compreensão clara de que o afastamento da exposição pública pode ser necessário para garantir a governabilidade. Comentadores como Rodrigo Constantino e Alexandre Garcia destacam que a eficiência administrativa demanda foco e dedicação, muitas vezes, longe dos holofotes midiáticos. Esses analistas ressaltam que, para cumprir promessas de campanha, é preciso muito mais do que uma presença constante na mídia; é necessário trabalho nos bastidores.
A Realidade da Gestão Pública
Após o período eleitoral, o político se depara com a complexidade da máquina pública. A burocracia, a necessidade de articulações políticas e o cumprimento das promessas feitas ao eleitorado consomem grande parte do tempo de um gestor público. Os dias passam em reuniões técnicas, negociações e implementação de políticas, áreas onde os detalhes são tão importantes quanto os resultados finais.
O jornal Congresso em Foco trouxe uma perspectiva importante ao analisar o comportamento de parlamentares e executivos eleitos. Muitas vezes, aqueles que parecem distantes da mídia estão envolvidos em atividades essenciais para o bom funcionamento do governo, como a elaboração de projetos de lei, a negociação de orçamentos ou a implementação de políticas públicas. O veículo sugere que, ao invés de considerar a ausência midiática como negligência, deve-se interpretá-la como uma dedicação à complexidade das funções governamentais.
Uma Análise Crítica
A ideia de que um político precisa estar constantemente presente na mídia para estar atuante é, muitas vezes, simplista. O trabalho de governar exige decisões diárias que raramente chegam ao conhecimento do público em tempo real. Cada negociação com o legislativo, cada reunião com secretários, cada análise de dados e relatórios é um passo na direção de realizar as promessas feitas em campanha. No entanto, esses momentos não são capturados pelas câmeras, e, por isso, o político pode parecer distante.
Além disso, há uma diferença significativa entre a comunicação eleitoral e a comunicação institucional. Durante a campanha, o candidato busca convencer o eleitorado de sua capacidade e visão. Após a eleição, ele precisa garantir que essa visão se materialize. A comunicação agora é estratégica, voltada para transmitir resultados concretos ao invés de retórica política.
Portanto, a ausência de um político da mídia pode ser um reflexo de seu comprometimento com a seriedade da função que assumiu. Ele não está desaparecendo; está trabalhando para transformar promessas em realidade.
Ao final do dia, o que realmente importa são os resultados. Um político que “desaparece” da mídia, mas entrega obras, implementa políticas públicas eficazes e resolve problemas estruturais, está cumprindo seu papel. O eleitor, por sua vez, precisa entender que a administração pública eficaz muitas vezes exige silêncio e concentração. Menos aparições e mais ações concretas podem ser exatamente o que o político prometeu: governar para todos.
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