Ahmed Hassan Saleh, o Mude, foi preso temporária na Operação Tacitus; ele teria recebido dinheiro do alto escalão da Organização Criminosa, segundo investigação; defesa diz que prisão é arbitrária do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Conselho de Controle de Atividades Financeiras.
Em uma operação policial realizada na terça-feira, 17, o advogado Ahmed Hassan Saleh, conhecido como Mude, foi preso em relação ao envolvimento do PCC nas eleições municipais em São Paulo. De acordo com o Ministério Público do Estado, o advogado teria recebido R$ 400 mil do alto escalão da Organização Criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC) para exercer influência nas eleições.
O advogado afirmou estar surpreso com a notícia e pretende tomar medidas judiciais para anular a sua prisão temporária. De acordo com a decisão do juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, a informação sobre o repasse de R$ 400 mil foi confirmada após uma investigação da 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. A decisão do juiz citou que o PCC tem se infiltrado na política nacional há algum tempo. Além do advogado, outros funcionários da Polícia Civil também foram presos na operação, acusados de envolvimento com o PCC. Mude já havia sido preso anteriormente em agosto em uma operação relacionada ao envolvimento de empresas de ônibus com o PCC.
Atuação do PCC
A Organização Criminosa Comando da Capital, conhecida por sua influência no tráfico de drogas, não se limita a suas atividades criminosas. Investigações revelaram que o PCC se infiltrou nas eleições municipais, lançando candidatos próprios em cidades como Mogi das Cruzes e Santo André. Essa atuação preocupante levou o Ministério Público de São Paulo a investigar a capacidade do PCC de se infiltrar em diferentes setores da sociedade.
Lavagem de dinheiro
O advogado Ahmed Hassan Saleh, conhecido por Mude, é acusado de lavagem de dinheiro do PCC. Seu nome já apareceu em diferentes relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Mude é suspeito de usar suas prerrogativas como advogado para blindar a organização criminosa. Além disso, ele também é acusado de oferecer R$ 3 milhões em nome do PCC a policiais do Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico pela execução do empresário Vinicius Gritzbach.
Operação Tacitus
A Operação Tacitus, baseada na delação do empresário Vinicius Gritzbach, executado em novembro, levou ao julgamento de Mude. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo acredita que Mude tenha oferecido o dinheiro em nome do PCC. A investigação revelou que o PCC está profundamente envolvido em diferentes atividades criminosas, incluindo o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro.
Prisão temporária
O juiz Paulo Fernando Deroma de Mello decretou a prisão temporária de Mude, afirmando que ele é um indivíduo de ‘alta periculosidade, enorme poder econômico’ e tem capacidade de tentar atrapalhar a investigação. A prisão temporária é uma medida para evitar que o suspeito possa interferir nos processos de investigação ou evitar o cumprimento da justiça.
Defesa de Mude
A defesa de Mude rejeitou as acusações, afirmando que as autoridades estão criminalizando o advogado sem provas concretas. A defesa também afirma que houve uma manipulação das evidências e que as acusações são injustas. A prisão temporária de Mude é vista como uma medida para evitar que ele possa interferir nos processos de investigação ou evitar o cumprimento da justiça.
Crime Organizado e Conselho de Controle de Atividades Financeiras
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é um órgão responsável por monitorar e controlar atividades financeiras suspeitas. O Coaf já relatou a participação de Mude em atividades suspeitas relacionadas ao PCC. A Organização Criminosa Comando da Capital é conhecida por sua influência no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Fonte: @ Estadão
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