Elenco de seu novo filme fala sobre jornada marcada por cenas eróticas inspiradas no livro do americano expatriado na Cidade, história é elogiada pelo diretor italiano Luca, que também destaca a música de Caetano Veloso na trilha sonora de cinco filmes.
Luca Guadagnino, diretor italiano de 53 anos, lançou uma chamada para o elenco de seu novo filme, Queer, e logo, o nome de Daniel Craig apareceu entre as possibilidades, ainda que o ator de 56 anos estivesse concluindo sua jornada como James Bond, o homem que fez mais que apenas um serviço pelos serviços secretos.
Apesar do encerramento de sua carreira como James Bond , Daniel Craig foi considerado para o papel de Benoit Blanc no filme Entre Facas, dirigido por Rian Johnson, que em sua vez, inspirou a franquia de filmes de mistério. A equipe de produção do filme Entre Facas optou por outros atores, mas a ambição de Luca Guadagnino em tentar recrutar Craig para seu filme não diminuiu. A experiência e a presença do ator poderiam ter sido fundamentais, ainda que ele tenha optado por se afastar.
James, Bond, em uma Nova Aventura
Mas bastou apenas uma ligação de Bryan Lourd, um dos principais agentes de talentos da Hollywood, para que Craig se interesse pelo projeto de Luca Guadagnino, o renomado diretor italiano. Duas semanas depois, o contrato estava assinado, selando a parceria entre o ator e o cineasta. Quem guarda a imagem de Craig como o icônico agente 007 ou até mesmo como o mais recente detetive Benoit Blanc, da franquia Entre Facas e Segredos, deve se surpreender com o trabalho do ator em Queer, que chega aos cinemas em uma data ainda não divulgada. Ele vive William Lee, um americano expatriado na Cidade do México dos anos 1950 que desenvolve uma paixão obsessiva pelo jovem Eugene Allerton (vivido por Drew Starkey, conhecido por seu papel em Outer Banks). A história é inspirada no livro homônimo e semiautobiográfico de William S. Burroughs (1914-1997), um dos principais escritores da geração beat. Lee serve como uma espécie de alter ego para Burroughs nesta e em outras obras que narram suas experiências com drogas e a homossexualidade, que ele escondeu até a idade adulta.
James, Bond, em um Papel Diferente
Craig revelou em uma entrevista online que se inspirou em uma biografia de Burroughs e em alguns de seus livros. Ele também conversou com o acadêmico Oliver Harris, que é considerado o maior especialista em Burroughs do mundo, e recebeu uma grande quantidade de informações. O ator trabalhou arduamente no sotaque e nas falas, e quando chegou ao cenário, apenas torceu para que tudo transcorresse bem. O resultado foi um desempenho notável, demonstrando a capacidade de Craig em se transformar em seu papel. Lee é um homem solitário, que pula de bar em bar em busca de alguma conexão, viciado em heroína e marcado por uma tragédia – o filme apenas faz alusões ao fato, mas Burroughs matou sua mulher, Joan, em um acidente com uma arma de fogo em 1951.
James, Bond, em um Filme Proibido
Queer é também o mais explícito e erótico filme de Guadagnino até então, e os atores trabalharam com coordenadores de intimidade para gravar as cenas de sexo. O diretor afirma que Craig, mesmo tendo vivido uma das mais figuras mais associadas à masculinidade tradicional, se comprometeu desde o início com o papel. O resultado tem sido elogiado pela crítica – foi aplaudido por 11 minutos após exibição no Festival de Veneza e na segunda, 9, Craig recebeu uma indicação ao Globo de Ouro pelo trabalho no longa. No entanto, o filme não passou ileso por polêmicas. No início de novembro, a Turquia baniu a exibição do filme em território nacional por ‘conteúdo provocativo que colocaria em risco a paz da sociedade’. Como resposta, a Mubi, serviço de streaming e distribuidora do filme internacionalmente, cancelou o Mubi Fest Istambul, que ocorreria na capital do país entre os dias 7 e 10 do último mês.
James, Bond, em uma Nova Jornada
O elenco do filme inclui Daniel Craig, Drew Starkey e outros talentos. Guadagnino é conhecido por seus filmes de arte e emoção, e Queer é sem dúvida um de seus trabalhos mais ousados. O filme é baseado em um livro de William S. Burroughs, um dos principais escritores da geração beat, e segue a história de William Lee, um americano expatriado na Cidade do México dos anos 1950. Lee é um homem solitário, viciado em heroína e marcado por uma tragédia, e seu trabalho é uma espécie de alter ego para Burroughs. Craig revelou que se inspirou em uma biografia de Burroughs e em alguns de seus livros, e trabalhou arduamente no sotaque e nas falas para se transformar em seu papel.
Fonte: @ Estadão
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