79 entidades assinaram declaração a favor de negociações conjuntas para fortalecer mercado doméstico, cadeias de abastecimento e indústria, com impacto em exportações mundiais.
O comércio internacional é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento econômico de qualquer país, mas também é essencial garantir que as condições de comércio sejam justas e benéficas para todas as partes envolvidas. É por isso que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a BusinessEurope se juntaram para pedir o fechamento do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), como demonstrado em uma carta conjunta.
O objetivo principal desse pedido é assegurar que o mercado institucional seja protegido e que as intenções das partes sejam todas claras e transparentes. A rede de fornecedores e compradores comerciais deve ser equilibrada e justa para todos, sem beneficiar a um ou outra parte em detrimento da outra. A exemplo disso, é fundamental que haja uma clara compreensão das regras do jogo comercial e que todas as partes estejam de acordo com essa estratégia, evitando conflitos e crises comerciais. Além disso, a competitividade é fundamental para o sucesso de qualquer empresa e o acordo comercial deve ser amigável para todos os envolvidos.
Alavanca para o comércio
De acordo com o documento, o tratado que vem sendo costurado há mais de duas décadas pode aumentar em quase cinco vezes a integração do Brasil ao mercado global, revigorando o comércio e abrindo novas oportunidades para o comércio. Leia mais: O Agro como líder na transição para um futuro seguro e sustentável –
Recorde
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Mercado em foco
Pelos cálculos da CNI, os parceiros com quem o País tem acordos atualmente permitem acesso preferencial (com taxa menor, por exemplo) a cerca de 8% das importações mundiais de bens, subindo para 37% após um consenso com o bloco do Norte, abrir mais oportunidades de negócios em novos mercados. Para a entidade, a ‘tímida integração global desfavorece o Brasil’. Considerando a relevância e urgência da conclusão do acordo, 79 entidades da União Europeia e do Mercosul assinaram uma declaração a favor do avanço nas negociações. Instamos a que priorizem a rápida conclusão das negociações do Acordo de Livre Comércio UE-Mercosul, um passo fundamental para preservar nossa competitividade conjunta‘, trouxe o documento endereçado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a quatro ministros. As tratativas, no entanto, voltaram a ficar na berlinda depois que o primeiro-ministro francês, Michel Barnier, disse na semana passada que seu país não aceitará a assinatura do acordo que está sendo negociado se o texto atual não for mudado. ‘Recomendo que a posição de um país como a França não seja ignorada’, declarou. Dias antes, ao falar sobre os preparativos para a cúpula do G20 em Brasília, o embaixador Maurício Lyrio afastou a possibilidade de um consenso durante o evento do Rio, acrescentando que este não é o fórum adequado para as discussões, mas reforçou que o objetivo do governo brasileiro continua sendo buscar concluir as negociações até o fim do ano. O documento das empresas foi entregue esta semana aos governos brasileiros e argentinos, às autoridades do Uruguai, que preside temporariamente o Mercosul, e ao parlamento europeu. Na carta, as entidades ressaltam que este é o momento para concluir e ratificar o acordo Mercosul-UE, argumentando que o tratado apoiará a resiliência da indústria e fortalecerá as cadeias de abastecimento, abrindo novos mercados para as empresas e proporcionando uma oferta estável de insumos. ‘Em tempos marcados por turbulência geopolítica e inúmeras crises, as interrupções nas cadeias de abastecimento e as pressões sobre as indústrias se tornam cada vez mais frequentes. O aprofundamento de nossas relações comerciais é fundamental para assegurar a resiliência de nossas economias. O acordo UE-Mercosul nos permite avançar em nosso compromisso com um comércio livre, justo e sustentável’, traz um trecho do documento. As expectativas da indústria doméstica para a economia brasileira são grandes. De acordo com a CNI, a cada R$ 1 bilhão exportado para a UE, o Brasil pode aumentar suas exportações em cerca de R$ 1,3 bilhão, gerando mais empregos e notas fiscais para o fisco. Por isso, os setores que mais saem ganhando com o acordo são os de exportações, como o setor agropecuário e a indústria automobilística.
Fonte: @ Estadão
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