Animais necessitam de alimentação enriquecida com minerais, sombra, água fresca e ambientes climatizados para reduzir o estresse térmico que pode causar desconforto, sobretudo em temperaturas acima de 32º C.
O estresse térmico é uma preocupação significativa para os criadores de animais, especialmente em ambientes quentes. Com temperaturas acima de 32º C, os ruminantes podem começar a apresentar sinais de desconforto, o que pode afetar negativamente a sua saúde e produtividade.
Para minimizar o estresse térmico, é essencial criar um ambiente que ofereça conforto térmico aos animais. Isso pode ser alcançado por meio da instalação de sistemas de climatização adequados, que mantenham a temperatura dentro de um intervalo apropriado. Além disso, é fundamental oferecer uma alimentação balanceada e adequada à estação, que contenha nutrientes essenciais para ajudar os animais a lidar com o calor. Em um ambiente climatizado, os animais podem se sentir mais confortáveis e reduzir o estresse térmico.
Estresse Térmico: Um Desafio para a Produção de Leite
Graças ao aumento da demanda por leite, os produtores rurais têm enfrentado crescente pressão para manter a produção, mesmo em ambientes climáticos adversos. O estresse térmico é um dos principais desafios a serem superados, pois afeta não apenas a produção de leite, mas também a saúde e o bem-estar das vacas. Em um contexto em que o preço do leite está em constante mudança, a competitividade e o custo de produção são fatores críticos para o sucesso das empresas.
Em uma recente entrevista, o produtor rural César Meinerz, de Estrela (RS), destacou a importância de preparar o rebanho para o verão. Com uma média de 37 litros por dia, Meinerz sabe que as vacas com calor comem menos e, consequentemente, produzem menos leite. Para superar essa barreira, ele investe em um complemento alimentar feito à base de minerais, que atua no metabolismo do animal para evitar que ele sinta calor e, com isso, não diminua a produção de leite.
Em vez de 5, 6 ou 7 litros, a produção de leite diminui em 1 litro ou no máximo 1,5 litro, explica Meinerz. O composto mineral auxilia na regulação da temperatura corporal, segundo Rubem Frosi, engenheiro agrônomo e gerente da empresa Mig-Plus. Ele contém uma substância feita de extrato de pimenta que atua na dilatação dos vasos sanguíneos e, com isso, o calor é dissipado. Indiretamente, ao não sofrer com o calor, há uma melhora na ingestão da dieta.
Ao ingerir 1 kg de matéria seca a mais, a vaca pode produzir até 2 litros de leite a mais, afirma Frosi. Na prática, o mix mineral ajuda a manter o apetite da vaca. O engenheiro lembra ainda que o estresse térmico pode chegar a um nível que não é mais possível recuperar. ‘Temperatura de 30ºC e umidade de 80% já corre o risco de óbito’, alerta. Assim, é fundamental garantir a temperatura adequada para as vacas, especialmente em ambientes climatizados.
O estresse térmico reduz concentração de sólidos no leite O estresse calórico no animal também diminui a concentração de sólidos no leite, como proteínas e lactose. De acordo com o Sindilat-RS, a situação é mais comum em animais de descendência europeia, como as raças Holandesa e Jersey, concentradas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
No verão de 2024, chegamos a ter um pico de mais de 500 mil litros no dia que não foi possível industrializar. Isso representa 0,16% da nossa produção diária e é um número bem significativo, pois diminui a competitividade e aumenta o custo de produção, afirma Darlan Palharini, secretário executivo do Sindilat. Com isso, o produto não se enquadra na legislação brasileira por não ter a concentração necessária de sólidos.
Fonte: @ Estadão
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