Prefiro uma vida digital silenciosa com conteúdo autêntico a perucas de dourados e máscara de música que tentam revelar quem eu sou.
O algoritmo do meu Spotify é como um burro sem equilíbrio – refletiu Nelson Rodrigues, ao me mostrar a lista das músicas mais ouvidas em 2024. Ele citava a si mesmo, afirmando que certa vez, o Anjo Pornográfico participava de uma mesa redonda, onde suas opiniões eram descartadas com imagens. Em resposta, ele disse que o videotape é um verdadeiro burro.
É como se o algoritmo do meu Spotify usasse um método de seleção de músicas baseado no burrinismo, sem considerar o valor cultural ou o impacto duradouro da música. Isso se assemelha muito a redes sociais, que muitas vezes priorizam o que é popular e ignoram o que é de verdadeiro valor. Ao contrário, o Anjo Pornográfico defendia uma abordagem mais crítica e pensada, como se fosse uma análise de um videotape. Nesse sentido, é possível que uma abordagem mais cerebral e menos baseada no burrinismo possa ser mais eficaz na hora de descobrir novas músicas e artistas.
Reinventando a burrice
Nelson, o criador de conteúdo surpreendente, decidiu incluir um algoritmo inovador em seu trabalho. Este novo recurso é o resultado de uma análise minuciosa das preferências de seus fãs, observadas por meio de plataformas como o Spotify. No entanto, o algoritmo parece ter errado o alvo, e Nelson está cada vez mais desligado das redes sociais. Ele concorda com a ideia de que o algoritmo não o conhece de verdade e que o seu estilo de música é bem diferente do que ele sugere.
Um país a dois tempos
Na lista de reprodução do Spotify de Nelson, Dolly Parton se destaca com sua música country nascida em Nashville. Seu repertório é rico em sons de salão e calçados de couro, que não é o que Nelson busca. Ele prefere a música brasileira, como Milionário e Zé Rico, e se sente desconectado do estilo de Dolly Parton. O algoritmo parece ter confundido sua personalidade, mas Nelson não se importa em mostrar seu lado mais autêntico.
Um fã de músicas duradouras
Nelson é um fã de músicas clássicas como Iron Maiden, que contrastam com a música country de Dolly Parton. Ele se sente desconectado da música mais comercial e busca algo que o faça se sentir mais conectado à sua personalidade. O algoritmo parece não entender o seu apego à música clássica e à sua história musical.
Uma relação distante com as redes sociais
Nelson se sente desconectado das redes sociais e preferiria ser um ermitão digital a fornecer dados para que o algoritmo possa entender quem ele é. Ele prefere interagir com as pessoas que o rodeiam e descobrir quem ele é por meio de suas experiências e relacionamentos. O algoritmo parece não entender a complexidade da alma humana e a necessidade de se conectar com as pessoas de maneira mais profunda.
Uma oposição ao algoritmo
Nelson está decidido a mostrar ao algoritmo que ele não é um fã de country e que sua personalidade é mais complexa do que o algoritmo consegue entender. Ele está planejando um churrasco com amigos para discutir suas preferências e mostrar ao algoritmo que ele não é tão previsível quanto parece. O algoritmo está prestes a enfrentar a birra e a inconstância da alma selvagem de Nelson.
Fonte: @ Estadão
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