Carteiras podem abranger ativos de outras classes de fundos, como Fundos Multimercado, e políticas de investimento no mercado de balcão.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deu um importante passo para o desenvolvimento do setor rural ao publicar a regulação definitiva para os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagro), que agora poderão operar como uma espécie de fundo multimercado especializado no Agronegócio. Essa medida visa atrair mais investimentos para o setor e impulsionar o crescimento econômico.
Com a entrada em vigor da Resolução 214 em 3 de março de 2025, os investidores terão mais opções para aplicar seus recursos em fundos que atuam no Agro, como a produção de grãos, pecuária e outras atividades Agrícolas. Além disso, a regulação também abrange a gestão de ativos Rurais, como propriedades e equipamentos agrícolas. A inovação no setor é fundamental para o crescimento sustentável do país. Com essas novas regras, a CVM busca promover a modernização e a eficiência no mercado de investimentos do Agronegócio.
Novas Regulamentações para o Agronegócio
O agronegócio brasileiro está passando por mudanças significativas com a nova regulamentação dos Fundos de Investimento em Agronegócio (Fiagros). Essa mudança permitirá que os Fundos se adaptem às novas políticas de investimento e ampliem suas carteiras de investimento. Com isso, os Fiagros poderão abranger ativos típicos de outras classes de fundos, sem compromisso de concentração de investimento, desde que as políticas de investimento sejam voltadas ao agronegócio.
Os portfólios podem, inclusive, comprar créditos de carbono do agronegócio, créditos de descarbonização (CBIO), produto negociado em mercado de balcão organizado e imóveis rurais. De acordo com a regulamentação, nos Fiagro, as políticas de investimento podem envolver a exposição a diferentes fatores de risco, sem o compromisso de concentração de investimentos em nenhum fator em específico.
Ampliação da Capacidade de Investimentos
A nova norma dos Fiagro permite ampliar a capacidade de investimentos desses veículos, segundo Bruno Gomes, superintendente de Securitização e Agronegócio (SSE) da CVM. Os portfólios podem abranger todos os tipos de ativo previstos em lei e, também, imóveis rurais e participações em sociedades da cadeia produtiva do agronegócio. Isso é um grande avanço para o agronegócio, que é um setor fundamental para o país.
A CVM também destacou a importância da transparência e dos padrões de conduta na nova regulamentação. ‘Editamos uma norma dinâmica, com foco na transparência e em padrões de conduta, reforçando o compromisso da CVM em tornar o mercado de capitais cada vez mais propício para ofertantes e investidores do agronegócio, em reconhecimento à relevância deste segmento para o nosso País’, disse João Pedro Nascimento, presidente da CVM.
Crescimento do Patrimônio Líquido dos Fiagros
Entre a edição da norma temporária, em julho de 2021, e a data da última informação disponível no Boletim CVM do Agronegócio, com a data-base de junho de 2024, o patrimônio líquido dos Fiagro alcançou cerca de R$ 37 bilhões, distribuídos entre 115 fundos. Além disso, 12 fundos já possuem mais de 15 mil cotistas, demonstrando o crescimento e a popularidade desse tipo de investimento no agronegócio.
Fonte: @ Estadão
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