Em 2022, nos EUA, os músicos se reuniram. Sérgio Mendes faleceu na quinta, 5, aos 83 anos, deixando um legado de amizade e direitos humanos.
Quando a primeira informação sobre o movimento Me Too Brasil começou a circular, apontando assédio por parte do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, a professora Isabel Rodrigues decidiu compartilhar o que havia presenciado e guardado por cinco anos sobre a conduta do amigo. Antes de fazer isso, ela alertou a professora Maria Vitória Benevides, diretora da Escola de Governo da USP. ‘Professora, é tudo verdade.’
O relato de Isabel trouxe à tona questões sérias sobre assédio e suas consequências. A situação não se limitou apenas a palavras, mas também levantou preocupações sobre possíveis casos de agressão e importunação, que muitas vezes ficam ocultos. É fundamental que essas histórias sejam ouvidas e levadas a sério. Para entender melhor a importância desse movimento, é interessante observar como ele se relaciona com os múltiplos desafios enfrentados na sociedade. Confira mais sobre isso em múltiplos desafios.
O Relato de Isabel Rodrigues
Isabel Rodrigues, uma militante fervorosa pela igualdade entre homens e mulheres, decidiu tornar público um episódio de assédio que vivenciou. Após observar a reação do ministro, que acusou o movimento Me Too Brasil, Isabel sentiu a necessidade de compartilhar sua experiência. Filha do PT, atualmente está no PSB e se apresenta como candidata a vereadora em Santo André, na Grande São Paulo. O ministro, por sua vez, tem negado as acusações de assédio e, mesmo sendo procurado pela Pasta para comentar sobre o vídeo que circulou nas redes sociais, não se manifestou até a publicação desta entrevista.
A Experiência de Violência
Isabel compartilhou seu relato ao Estadão, descrevendo a natureza de seu vídeo como um desabafo. A motivação por trás de sua declaração pública foi buscar justiça e revelar a verdade. Ela se sentiu profundamente incomodada ao ouvir o ministro afirmar que as mulheres que o acusam são mentirosas, parte de um grupo que se opõe a ele. Isabel não se sentiu à vontade para permanecer em silêncio diante de tal mentira. Como professora e defensora dos direitos humanos, sentiu que era seu dever se pronunciar.
O Momento da Importunação
A violência que Isabel sofreu ocorreu em 3 de agosto de 2019, quando Silvio, junto com outro professor, Julio Cesar, ofereceu um curso sobre o filósofo Achille Mbembe e sua teoria da necropolítica. Isabel, sempre comprometida com a luta antirracista, pediu permissão a Silvio, que era seu amigo, para participar como aluna ouvinte. Ele concordou, instruindo-a a apenas informar seu nome ao chegar. Isabel planejou participar do curso apenas na parte da manhã.
Durante o intervalo para o almoço, enquanto estavam todos juntos, Silvio cometeu a importunação. Após o término da refeição, enquanto aguardavam a sobremesa, ele colocou a mão em suas partes íntimas, subindo a saia dela. Isabel ficou em estado de choque e não conseguiu acreditar no que estava acontecendo. Tentou afastar a mão dele, disfarçando seu medo e sua vergonha, temendo que os outros percebessem a situação.
Sentimentos de Vergonha e Revolta
O primeiro sentimento que a dominou foi a vergonha, um sentimento que se transformou em revolta, raiva, ódio e tristeza ao longo do tempo. Apesar de ter conversado com ele posteriormente, não o fez no mesmo dia do incidente. Inicialmente, negou o que havia acontecido e, após refletir sobre a gravidade do ato, decidiu entrar em contato com Silvio. Em uma ligação, ela expressou sua necessidade de discutir o ocorrido e afirmou que o que ele fez foi uma forma de violência sexual. A resposta dele foi negativa, negando qualquer ato de assédio.
Isabel, ao compartilhar sua experiência, busca não apenas expor o que sofreu, mas também contribuir para a luta contra a agressão e o abuso que muitas mulheres enfrentam. A coragem dela em falar sobre o assédio é um passo importante na luta por justiça e igualdade.
Fonte: @ Estadão
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