Os povos são livres, mas a maximização de lucros pode levar a resultados não previstos, como a mudança climática, exigindo uma revisão do estilo de vida e modo de vida.
A mudança climática é um fenômeno que reflete a essência de nossa sociedade, baseada no consumo excessivo e na busca incessante por lucros e crescimento. A maximização em todos os aspectos da vida é o motor que impulsiona essa dinâmica, levando a um aumento constante no volume de trocas e no consumo de recursos naturais. Nesse contexto, a mudança climática surge como uma consequência natural de nossas ações.
No entanto, é importante questionar se a natureza em si mudou ou se estamos apenas testemunhando uma transformação em nossa percepção do mundo natural. A alteração nos padrões climáticos é um sinal claro de que algo está errado, mas é fundamental entender que essa mudança é resultado direto de nossas escolhas e ações. A modificação em nossos hábitos e práticas é essencial para mitigar os efeitos da mudança climática e garantir um futuro sustentável para as gerações futuras.
A Necessidade de uma Mudança
Devemos reavaliar nossa relação com o universo material que nos criou e nos cerca inevitavelmente? Se concordamos que é necessário alterar a forma como as culturas interagem com a natureza, chegamos a um ponto alarmante: a consciência de que nosso estilo de vida pode esgotar os recursos do planeta. É evidente que essa transformação está relacionada ao capitalismo em sua dimensão mais complexa: a dos seus resultados não previstos. Somos, finalmente, seres conscientes da possibilidade de destruir a Terra que nos deu vida, dotados de linguagem que nos facultou a consciência e, ao fim e ao cabo, como entidades capazes de encontrar motivos para esgotar a fonte de nossa existência. Um matricídio totalmente insano no qual os filhos-deuses (ou demônios) devoram a mãe.
A Maximização de Lucros e a Destruição do Planeta
Como podemos questionar um modo de produção inventado para produzir quantidade e, com ela, abundância, trocas comerciais positivas, invenções que ampliam exponencialmente a vida e a comunicação, e que tem como consequência negativa essa carga de acidentes ecológicos negativos e destruidores? O que, em última análise, estamos fazendo com o planeta? Ou melhor: o que certos países estão fazendo com a Terra? Um dia, mais cedo ou mais tarde, iremos discutir, numa mesa de paz e concórdia, quem é dono do mundo? Quem tem o direito de violentar o planeta a ponto de promover mudanças que o afetam como um todo, para dele tirar lucro e vantagem? Mas não seria isso um simultâneo suicídio? Os povos são livres, mas teriam a liberdade de fraturar e adoecer o planeta em seu próprio benefício e no curso do seu sistema de progresso e civilização? Não seria isso uma barbárie? A mudança climática é um exemplo claro da necessidade de uma modificação em nosso modo de vida, para evitar resultados não previstos e garantir um futuro sustentável para as gerações futuras.
Fonte: @ Estadão
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