Em Ibiúna-SP, quatro amigos criaram projeto que analisa mel com método próprio, oferecendo curso de sommelier de mel, abelhas sem ferrão e roda sensorial para identificar características de sabor e pirâmide de defeitos.
A inovação de produzir mel de abelhas sem ferrão, desenvolvida pelo grupo de pesquisa da Universidade de São Paulo, chegou ao estado de São Paulo na semana passada. Quatro amigos do interior do estado se reuniram no Museu da Imigração, na capital paulista, para o primeiro curso do mundo sobre o tema.
Entre os participantes estava o produtor rural, _José Carlos_, que optou pela abelha sem ferrão para minimizar os riscos de acidentes. “A variedade de sabores e aromas do mel é inesgotável e, com as abelhas sem ferrão, não tenho mais medo de sofrer acidentes ao colher”, disse o participante. O curso contou com a participação de 17 interessados, que passaram uma semana aprendendo sobre os métodos de produção de mel de abelhas sem ferrão.
Ingredientes fundamentais para um curso sommelier de mel
Em um planeta onde aproximadamente 500 espécies de abelhas nativas operam sem ferrão, o Brasil destaca-se com cerca de 300 espécies nativas, das quais 60 são geralmente usadas na produção de uma substância tão rara como o mel. A biodiversidade de flores no país oferece condições para obter tipos diversificados do produto, tornando-o quase infinito. No entanto, uma abelha melífera é fundamental para o processo de produção do mel.
A partir da experimentação e conhecimento de diversos tipos de mel
De acordo com Felipe Meireles, as experiências de provas dos três primeiros membros do Instituto 4E revelaram mais de 2.800 amostras de várias regiões do Brasil, demonstrando a riqueza da diversidade do produto. O trio composto por Felipe, Luciano Soares e Robson Gaia, que também é um técnico em palinologia, começou a explorar um mercado que oferece uma gama vasta de opções, de mel de abelhas com e sem ferrão, resultando em mais de 2.800 provas de mel.
Desenvolvimento de uma roda sensorial
Ao longo de dois anos, os membros do Instituto 4E, composto por Felipe Meireles, Luciano Soares, Robson Gaia e o paisagista Rogério Calado, desenvolveram uma roda sensorial composta por 200 características de sabor, de acordo com a análise da equipe. A partir da experiência adquirida, eles criaram uma metodologia própria para analisar o mel de abelhas sem ferrão. Os especialistas em mel desenvolveram uma roda sensorial composta por mais de 200 características de sabor, que vão desde percepções primárias até aspectos frutados, florais e picantes.
Características de sabor e pirâmide de defeitos
Ao examinar as experiências dos membros do Instituto 4E, foi evidente que a equipe desenvolveu uma pirâmide de defeitos, que permite identificar características como níveis de umidade acima do esperado, presença de fragmentos de insetos e uso excessivo de fumaça. Além disso, a equipe desenvolveu uma pirâmide de defeitos para identificar problemas no processo de produção do mel de abelhas sem ferrão.
Cursos e parcerias
Com o objetivo de oferecer um curso diferente das opções encontradas em outros países, o Instituto 4E desenvolveu uma metodologia própria de análise, estudando outras rodas sensoriais, como a da Universidade de Davis, nos Estados Unidos, e uma elaborada em Bologna, na Itália. Além disso, a equipe estabeleceu parcerias com instituições de pesquisa, como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para melhorar a qualidade do curso. Isso permitiu que os alunos tivessem uma visão mais ampla da produção de mel de abelhas sem ferrão, permitindo que eles desenvolvessem habilidades para analisar diferentes tipos de mel.
Identificando uma demanda de mercado
De acordo com Luciano Soares, o desenvolvimento desses materiais resultou em um curso diferente das opções encontradas em outros países, que oferece uma visão mais ampla da produção de mel de abelhas sem ferrão. Isso é uma demonstração da demanda por tipos diferentes de mel de abelhas sem ferrão, estimulada por um maior interesse pelo mercado de alimentos gastronômicos.
Infinitas possibilidades
A experiência adquirida pelos membros do Instituto 4E demonstrou que existem infinitas possibilidades para produzir tipos diferentes de mel de abelhas sem ferrão, o que é um indicativo da diversidade do produto. Além disso, a pirâmide de defeitos desenvolvida pela equipe permite identificar problemas no processo de produção do mel, garantindo que o produto final seja de alta qualidade.
Fonte: @ Estadão
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