Empresas conectadas a grupos de advogados podem ter incentivos financeiros para abuso de poder político, atraindo sentimento de perseguição e vitimismo em Manaus.
A direita bolsonarista brasileira enfrenta desafios significativos à medida que se aproxima das eleições de 2026. Uma das principais apostas, Lula, parece cada vez mais forte, com uma base de apoio ampla e diversa. Já outras figuras, como Jair Bolsonaro, enfrentam problemas de popularidade e credibilidade, o que pode afetar as suas chances de vitória.
As eleições de 2026 são vistas como um teste para a extrema direita no Brasil, que busca se estabelecer como uma força política significativa. No entanto, sua capacidade de atrair apoio amplo e conservador é questionada, especialmente diante da preocupação crescente com a ultradireita e suas ideias consideradas radicais. Enquanto alguns conservadores rejeitam a direita por ser vista como muito conservadora, outros a veem como uma saída para o ideário de extrema direita, questionando sua capacidade de tomar medidas eficazes para o país.
Ao Cerco da Justiça, a Direita Bolsonarista Busca Fortalecer sua Defesa Jurídica
Com o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sendo cada vez mais atingido pela justiça, o sentimento de perseguição cresce, e o apelo por um melhor assessoramento jurídico se torna mais frequente. Isso ocorre especialmente após a prisão do seu vice em 2022, o general Walter Braga Netto, acusado de interferir na investigação de tentativa de golpe conduzida pelo Supremo Tribunal Federal. Este cenário alimenta o sentimento de que o ‘sistema’ está trabalhando para minar o poder da direita bolsonarista antes da eleição presidencial.
Recentemente, a Justiça Eleitoral condenou o governador Ronaldo Caiado (União-GO) e determinou que ele fique inelegível por 8 anos. A juíza Maria Umbelina Zorzetti considerou que Caiado usou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, para realizar um evento de campanha para seu aliado, o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União-GO) — prática que pode configurar abuso de poder político. O governador nega a acusação e deve recorrer da decisão.
Outros dois líderes da extrema direita, o coach Pablo Marçal (PRTB-SP) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também enfrentam ações que colocam seus projetos eleitorais em xeque. Já o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) conseguiu escapar de uma derrota no último mês. Essas derrotas alimentam o sentimento de que o ‘sistema’ está trabalhando para minar o poder da direita bolsonarista, mas advogados próximos a essas lideranças rechaçam o ‘vitimismo’ e criticam as estratégias jurídicas que levaram a essas condenações.
Diante desse cenário, um grupo de advogados e membros do Judiciário decidiu criar um grupo para fortalecer a defesa jurídica de seus aliados. Nomes como Karina Kufa, advogada de Bolsonaro, Angela Gandra, ex-secretária nacional da Família do Ministério dos Direitos Humanos de Damares Alves, e Arthur Guerra, advogado do governador mineiro Romeu Zema (Novo), fazem parte da iniciativa, chamada ‘Garantistas’. A inelegibilidade de Bolsonaro é um divisor de águas nos planos da direita para 2026, e o ex-presidente tenta manter a influência sobre o destino da chapa que enfrentará o PT, enquanto outras lideranças desafiam sua hegemonia.
Deputados federais bolsonaristas relataram ao Estadão que o nome de Caiado com o governador mineiro Romeu Zema (Novo) de vice ganha força entre insatisfeitos com o clã. Na última campanha eleitoral, Bolsonaro atacou o goiano publicamente, enfraquecendo-o perante a militância. Alguns aliados de Bolsonaro cogitam repetir a estratégia petista de 2018, quando Fernando Haddad assumiu na mesma chapa o lugar de Luiz Inácio Lula da Silva, então inelegível, e se beneficiou da transferência de votos do aliado e chegando ao segundo turno.
Fonte: @ Estadão
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