Os temas são considerados caros ao Brasil e foram alvo de articulação pelo governo federal junto aos demais países para entrada na declaração conjunta do grupo, abordando recuperação de pastagens, pagamento por serviços em áreas agricultáveis e segurança alimentar em sistemas agroalimentares.
Em um passo importante para o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira, o país acaba de incluir a recuperação de pastagens degradadas e o pagamento por serviços ambientais no compromisso setorial das 20 maiores economias do mundo. Essa medida visa promover a conservação do meio ambiente e garantir a longevidade da agricultura no Brasil.
Essa iniciativa é um grande avanço para a agroindústria nacional, pois reconhece a importância da gestão sustentável dos recursos naturais para o desenvolvimento rural. Além disso, a recuperação de pastagens degradadas pode ajudar a reduzir a pressão sobre as áreas de preservação ambiental e promover a produção agrícola de forma mais eficiente. Com essa medida, o Brasil reafirma seu compromisso com a agricultura sustentável e o desenvolvimento rural. Agricultura de precisão e tecnologia são fundamentais para o futuro da produção agrícola no país.
Agricultura no Centro das Discussões do G20
O texto assinado pelos ministros da Agricultura do G20 destaca a prioridade dada à conversão de pastagens e áreas antropizadas para a expansão das áreas agricultáveis, além do reconhecimento da importância do pagamento por serviços ambientais. Esses temas são considerados fundamentais para o Brasil e foram objeto de articulação pelo governo federal junto aos demais países para inclusão na declaração conjunta do grupo.
A agricultura é um setor estratégico para o Brasil, e o governo deu prioridade à citação sobre a conversão de pastagens para tornar o programa nacional de recuperação de áreas degradadas em áreas agricultáveis um modelo a ser replicado em outros países. Além disso, o pagamento por serviços ambientais é uma demanda antiga do setor produtivo brasileiro, que busca compensação monetária pela área preservada, além da obrigação legal.
Parte do setor privado entende que países ricos devem pagar pela preservação nos países menos desenvolvidos, um tema questionado pelos países mais desenvolvidos. No entanto, o consenso encontrado para a declaração foi a citação à relevância do pagamento por serviços ambientais sem menção à ‘obrigação’ de pagamento.
Compromisso do G20 para o Futuro da Agricultura
O compromisso do grupo de trabalho da agricultura do G20 Brasil para o futuro do setor será apresentado após as reuniões ministeriais e posteriormente integrado ao compromisso dos chefes de Estado do G20 durante a cúpula em novembro no Rio de Janeiro. A declaração, que é feita com base no consenso entre todos os países integrantes do G20, já está finalizada.
O grupo de agro do G20 volta a ter uma declaração ministerial conjunta após cinco anos, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O compromisso setorial deve incluir temas como sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos; a contribuição do comércio internacional para a segurança alimentar e nutricional; o reconhecimento do papel essencial da agricultura familiar, camponeses, povos indígenas e comunidades tradicionais para sistemas alimentares sustentáveis, saudáveis e inclusivos; e a promoção da integração sustentável da pesca e aquicultura nas cadeias sociais locais e globais.
Fávaro vinha defendendo que o grupo apresentasse um compromisso firme em relação às políticas a serem instituídas nos sistemas alimentares pelos países membros do G20 e não apenas uma carta oficial do colegiado. ‘Já chegamos ao consenso. Sempre as dificuldades e os interesses unilaterais se tornavam intransponíveis, mas com muita diplomacia superamos as divergências particulares e unilaterais, casos como da Rússia com a União Europeia, da China com os Estados Unidos. Isso tudo foi superado e conseguimos a construção de uma declaração’, disse o ministro a jornalistas.
Fonte: @ Estadão
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