Pasta revisa projeção de impacto fiscal para R$ 69,8 bilhões em dois anos, com ajuste na reforma ministerial da agenda social do governo, que previu redução de R$ 1 bi com alterações dos parlamentares, programa Mais Acesso a Especialistas e ação conjunta Consequência da queda.
Em um cenário político marcado por mudanças inevitáveis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com 39 ministros no Palácio da Alvorada, no dia 20, em uma confraternização de fim de ano que não foi apenas de celebração, mas também de discussão. Entre os temas abordados, o assunto que dominou as conversas foi a dança das cadeiras prevista para o início de 2025.
Na ocasião, o presidente Lula manteve o seu tradicional estilo, fazendo cobranças e oferecendo palavras de incentivo. Muitos ministros, como o ministro da Educação, o ministro da Saúde e o ministro da Economia, se prepararam para a possível mudança de cargos. Com a expectativa de renovações, a atmosfera era de expectativa, mas também de incerteza, desde o ministro da Defesa até o ministro do Meio Ambiente. É o que se espera em um momento de transição política, com mudanças significativas na estrutura do governo. Antes da reunião, havia especulações sobre quem seria o próximo ministro da Fazenda, mas o assunto foi evitado, mantendo-se a expectativa de que ele seria anunciado em breve. Com a dança das cadeiras prestes a começar, os ministros sabem que a sua atenção e dedicação serão fundamentais para o sucesso do governo.
Ministros enfrentam expectativas
A expectativa de mudanças é sentida profundamente nas altas esferas do poder, onde Lula fez reparos aos ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Nísia Trindade (Saúde), evidenciando uma renovada atenção à reforma ministerial. Em um tom bem-humorado, o presidente mencionou não ver Márcio Macêdo havia algum tempo, apenas para lembrar que ele estava queimado de tanto pegar sol na praia, criando uma atmosfera descontraída que, no entanto, escondeu preocupações mais profundas.
O nome de Márcio Macêdo, o titular da Secretaria-Geral da Presidência, tem sido frequentemente associado a especulações sobre a reforma ministerial, tornando-se um objeto de atenção de seus colegas. Lula, de acordo com três participantes do encontro, em um tom cômico, reacendeu a atenção de Márcio Macêdo, dizendo que precisava que ele ‘fizesse acontecer a agenda social do G-20’, demonstrando preocupação com o andamento dessa pauta. O presidente também cobrou Nísia Trindade pela entrega do programa Mais Acesso a Especialistas, lançado em abril, mas ainda não efetivo na prática. ‘Nísia, eu não me canso de pedir isso para você’, afirmou Lula, ressaltando a importância desse programa.
O Ministério da Saúde, sob a responsabilidade de Nísia Trindade, é um alvo de interesse do Centrão, com cotas de indicação para o lugar de Paulo Pimenta na Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) sendo consideradas. O publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha de Lula em 2022, participou da confraternização, evidenciando a complexidade dos interesses envolvidos.
Além disso, o presidente reclamou do fato de não ter tido um avião disponível na noite do último dia 9, quando precisou viajar para São Paulo, onde foi internado para uma cirurgia de emergência, decorrente da queda sofrida em outubro. O avião presidencial estava em outro local e só chegou a Brasília quatro horas depois do chamado, ressaltando a importância da infraestrutura disponível para o chefe do Estado.
A ministra da Defesa, José Múcio Monteiro, foi abordada pelo presidente, que solicitou que ela permanecesse no cargo, argumentando que ainda não estava tudo resolvido com as Forças Armadas. O ministro da Defesa tem afirmado estar cansado, o que poderia levar a uma saída, mas Lula pediu que ele permanecesse mais um pouco.
A presença dos ministros em Brasília no dia 8 de janeiro foi solicitada pelo presidente, pois o governo planeja realizar um ato para marcar os dois anos dos ataques golpistas na Praça dos Três Poderes. O evento é uma oportunidade para o presidente ressaltar a força da democracia, como é o caso da prisão do general Braga Netto, que foi ministro da Defesa, da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro.
Fonte: @ Estadão
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