Jacques Audiard dirige este filme-musical em espanhol, representando a França nos Oscars.
A criação de filmes que capturam o espectador e o prendem à tela grande é um desafio no mundo cinematográfico atual. Isso envolve construir uma experiência-cinematográfica que transpasse os limites da tela e se conecte emocionalmente com o público.
Com a crescente popularidade da streaming, os cinemas precisam se adaptar para atrair espectadores. Para isso, os filmes devem oferecer uma experiência genuína, com uma narração rica e um visual impressionante. A experiência-cinematográfica é fundamental para criar um vínculo entre a tela e o público presente na sala. Alguns filmes de sucesso mantêm o espectador engajado e refletindo sobre a trama após a sessão. A experiência vivida no cinema pode ser particularmente intensa, proporcionando momentos de reflexão e emoção que podem ser perdidos na experiência de assistir a um filme em casa. É por isso que o cinema continua a ser um refúgio para aquelas que buscam uma experiência cinematográfica mais profunda, distinta do que oferece a tela pequena de um filme. A essência da experiência cinematográfica é, portanto, múltipla e enriquecedora. Do lado do cinema, o desafio é criar um ambiente onde os espectadores se sentam em um ambiente de praça de cinema, rodeados de outras pessoas, o que acentua a experiência que vivenciam em um cinema.
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Experiência Cinematográfica em Plena Evolução
A pandemia transformou a forma como o público consume conteúdo, com as plataformas de streaming tornando acessível uma oferta inesgotável de longas-metragens e séries. Nesse cenário, o desafio consiste em criar algo que se destaque da padronização e da mediocridade reinantes. Além disso, é preciso construir uma narrativa atraente para um nicho de público, tornando-os a procura de uma experiência única.
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Experiência Cinematográfica ousada e inovadora
Emilia Pérez, pré-indicado ao Oscar 2025 na categoria Filme Internacional, cumpre com esses desafios de forma brilhante. O filme é um misto de elementos díspares, refletindo a ousadia de seu criador. Em uma tentativa de combinar elementos tão diferentes, o diretor francês Jacques Audiard corre um risco imenso, sabendo que pode perder a direção na tentativa de criar algo novo e inovador.
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Um filme que desafia e cativa
Um dos maiores desafios de Emilia Pérez é abordar temas delicados e polêmicos de forma realista e multicultural. Audiard não é estranho a essa abordagem, tendo já apresentado filmes que abordaram questões sensíveis em seu trabalho anterior. Emilia Pérez apresenta um conjunto diversificado de temas, incluindo o tráfico de drogas, cirurgias de redesignação sexual, vítimas de assassinatos e sociedade patriarcal, todos eles com um foco no protagonismo feminino.
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Um filme que subverte as convenções
Não se trata de um drama clássico, mas sim de um filme-musical que desafia as convenções do gênero. A direção do filme recorre ao humor para abordar temas delicados e cativar o espectador. O filme não é ambientado na França ou em quaisquer outros países europeus, mas sim no México, reforçando a sua identidade única.
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Roteiro inovador e baseado em realidade
O roteiro do filme vem de um romance francês, publicado em 2018, Écoute (Ouvir, em tradução livre), escrito pelo jornalista francês Boris Razon. O livro apresenta um universo de ultraconectividade digital, onde todos são vigilados, e segue a história de um traficante que decide transformar-se fisicamente em seu primeiro amor, uma jovem morta brutalmente por uma gangue rival. O filme apresenta uma narrativa complexa e cativante.
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Um filme que faz você pensar e sentir
Emilia Pérez é mais do que um filme, é uma experiência cinematográfica que faz você pensar e sentir. Com sua abordagem inovadora e sua capacidade de abordar temas delicados de forma realista, o filme é um verdadeiro sucesso da temporada. A direção do filme, o roteiro e as atuações juntas criam um filme que é impossível de esquecer. Com sua experiência única, Emilia Pérez é um filme que merece ser visto e sentido.
Fonte: @ Estadão
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