Nasceu durante a pandemia de covid-19, “Pasárgada” é um filme que aborda o tráfico de animais na mata atlântica, com ativismo ambiental, estrelando a atriz que também roteirizou e dirigiu, ao lado de Humberto Carrão, exibido no Festival de Gramado.
Em meio à pandemia de covid-19, a talentosa Dira Paes encontrou um refúgio perfeito para escapar da agitação da cidade. Ao lado de seu marido, o renomado diretor de fotografia Pablo Giannini Baião, ela escolheu uma casa isolada no meio da natureza, onde o som dos pássaros e o barulho suave do rio criavam um ambiente tranquilo e acolhedor.
Nesse refúgio natural, Dira Paes pôde se conectar com a natureza e encontrar inspiração para seus projetos futuros. Como atriz, diretora e roteirista, ela sempre busca novas ideias e perspectivas para suas obras. E foi justamente nesse ambiente sereno que ela conseguiu encontrar a paz e a criatividade necessárias para seguir em frente com seus projetos. A natureza tem um poder transformador e Dira Paes soube aproveitá-lo ao máximo.
Dira Paes: A Jornada de uma Atriz, Diretora e Roteirista
A experiência de introspecção e conexão com a natureza durante a pandemia de covid-19 foi o catalisador para que Dira Paes desse um novo passo em sua carreira: dirigir e roteirizar um filme pela primeira vez. O resultado é Pasárgada, um filme que teve uma passagem bem recebida pelo Festival de Gramado e que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 26. Na história, Dira interpreta Irene, uma ornitóloga que estuda e observa pássaros na natureza, mas que também está cumprindo uma missão secreta para um estrangeiro, que aos poucos se torna mais clara e se relaciona com o tráfico de animais.
O filme é uma espécie de comemoração, com a atriz prestes a completar 40 anos de carreira. ‘Foi um caminho natural’, diz Dira, em entrevista por vídeo. ‘Isso acontece com muitos atores e atrizes, de querer entender o outro lado. E culminou neste momento em que estou comemorando 40 anos de carreira, então foi um marco significativo para mim.’ A essência do filme reflete muito de Dira, com a calma da história, a brasilidade que invade a tela e a preocupação com temas que lhe são caros, como o ativismo ambiental.
A Conexão com a Natureza e o Ativismo Ambiental
Filmado no Arraial do Sana, em plena mata atlântica, no distrito de Macaé, no Rio, Pasárgada surge em meio à floresta, enquanto a conexão da diretora com o ativismo ambiental foram elementos que a inspiraram para tornar a relação com a natureza algo tão conectado à sua estreia na direção. Em cena, além de Dira Paes, apenas Humberto Carrão, que interpreta um mateiro que ajuda Irene a se locomover por ali em busca do pássaro que ela tanto quer encontrar. ‘Foi muito bonito ver a Dira descobrindo outras formas de criar’, conta ele. ‘Ela levou todo o olhar e talento dela de atriz também para a direção.’
Os Desafios da Estreia Atrás das Câmeras
Dira Paes fala sobre os desafios da estreia atrás das câmeras, sobre o que quer contar nos cinemas e a importância de encontrar novos caminhos neste momento. ‘O projeto teve um grande impulso. Foi algo que eu já vinha elaborando há algum tempo, e a pandemia nos proporcionou, a mim e ao Pablo, a oportunidade de termos um tempo para falar de nós mesmos, de nossa vida. A pandemia provocou uma revalidação dos valores, desejos, propósitos, e nos deu um tempo que, em 15 anos de casamento — estamos chegando a 19 com a estreia do filme —, nunca tínhamos tirado.’
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo