Condições climáticas e preços das commodities influenciam a demanda interna de máquinas agrícolas, afetando a receita líquida, especialmente com juros elevados, em comparação com o ano passado.
A indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas apresentou um desempenho positivo em agosto de 2024, com um crescimento de 8,4% em relação ao mês anterior, alcançando uma receita de R$ 6,4 milhões. Esse resultado é um sinal de recuperação para o setor, que enfrentou desafios nos últimos meses.
No entanto, ao comparar com o mesmo período do ano anterior, a indústria registrou um recuo de 15,8%. Esse declínio pode ser atribuído à instabilidade do mercado e à concorrência acirrada no segmento de máquinas e implementos agrícolas. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), esses dados foram divulgados na tarde de terça-feira, 1, e refletem a complexidade do cenário atual da indústria. É fundamental que as empresas do setor busquem inovação e eficiência para superar esses desafios.
Desafios na Indústria de Máquinas Agrícolas
A Indústria de máquinas agrícolas enfrenta um cenário desafiador, com vendas em declínio. No acumulado do ano, a receita líquida proveniente das vendas de máquinas agrícolas atingiu R$ 38,9 milhões, um montante 25,8% inferior ao mesmo período do ano passado. Além disso, a arrecadação de R$ 61,06 milhões nos últimos 12 meses representa uma queda de 26% em relação ao mesmo período anterior.
A queda nas vendas internas de tratores e colheitadeiras foi de 29% de janeiro a agosto, em comparação com os oito primeiros meses do ano passado. A exportação do Segmento também caiu 29,9% no período, resultando em uma queda total de 29,1%. Esse cenário é um reflexo do desempenho do Setor, que enfrenta desafios significativos.
Condições Climáticas e Preços das Commodities
De acordo com Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, as condições climáticas adversas que afetam os produtores e empreendedores rurais desde meados do ano passado contribuíram para essa queda. ‘Com grandes perdas de produtividade e baixo rendimento, os produtores ficam mais seletivos na hora de comprar uma máquina’, disse Estevão. Além disso, a queda nos preços das commodities, especialmente em relação aos grãos, impactou a rentabilidade dos produtores.
A diminuição da área plantada neste ano, devido aos preços das commodities em menores patamares, também contribuiu para a menor busca por máquinas, segundo Estevão. O presidente da Câmara Setorial também creditou a baixa demanda por conta dos juros no Brasil, que, apesar dos cortes desde meados de 2023, começou 2024 a 11,75%. Atualmente, a Taxa Selic está em 10,75% ao ano, o que afeta o Mercado e a Indústria como um todo.
Fonte: @ Estadão
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