O partido Cidadania oficializou, neste sábado (3), a candidatura do deputado estadual Rafa Zimbaldi à Prefeitura de Campinas (SP) para as eleições de outubro deste ano. Zimbaldi, de 43 anos, é acompanhado na chapa por Raquel Rímoli, do União Brasil, como candidata a vice-prefeita. Com uma carreira política consolidada, Zimbaldi acumula quatro mandatos como vereador em Campinas e foi presidente da Câmara Municipal em dois biênios. Em sua trajetória, foi eleito deputado estadual em 2018, com 80.789 votos, e reeleito em 2022, somando 76.910 votos.
No entanto, o histórico político de Zimbaldi está marcado por controvérsias e decisões que geraram críticas intensas, principalmente por suas alianças e posicionamentos conservadores.
Alianças Políticas e Controvérsias
Zimbaldi construiu sua carreira política por meio de uma rede de alianças com igrejas e partidos conservadores. Durante seus mandatos como vereador, ele mudou de partido quatro vezes, passando pelo PL, PSB, PP e PTB, o que demonstra sua habilidade em transitar por diferentes espectros políticos para manter sua influência.
Um dos episódios mais marcantes foi sua atuação em favor da Reforma da Previdência do Estado de São Paulo, aprovada em 2020. Como um dos principais articuladores, Zimbaldi ajudou a aprovar mudanças significativas que incluíram o aumento da alíquota de contribuição dos servidores de 11% para 14%, o aumento da idade mínima para aposentadoria e a exigência de maior tempo de contribuição. A votação, que ocorreu sob forte esquema de segurança e repressão aos manifestantes, gerou grande insatisfação entre os servidores públicos, especialmente professores.
Além disso, Zimbaldi apoiou e acelerou a aprovação do Projeto de Lei 529/2020, do então governador João Dória. A proposta extinguiu estatais e fundações, reduziu benefícios fiscais e implementou um plano de demissão voluntária que afetou milhares de servidores. O projeto também impôs cortes significativos no orçamento da FAPESP, impactando diretamente a pesquisa científica no estado.
Acusações de Corrupção e Nepotismo
Embora Zimbaldi faça discursos contundentes contra a corrupção, sua trajetória não está isenta de polêmicas. Durante seu mandato como presidente da Câmara, ele foi acusado de manter um número excessivo de assessores comissionados de forma ilegal. Em 2017, foi alvo de uma denúncia de improbidade administrativa, junto ao então prefeito Jonas Donizette, por suposto nepotismo na nomeação do irmão de Donizette como ouvidor da Câmara.
Mais recentemente, Zimbaldi foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por suspeita de compra de votos, após realizar eventos de campanha em que uma empresa privada distribuía pizzas gratuitamente aos presentes.
Apoio à Privatização da SABESP
Outro ponto controverso no currículo de Zimbaldi é seu apoio à privatização da SABESP, maior empresa de saneamento do Brasil. A venda da estatal para a Equatorial, em um leilão marcado pela ausência de concorrência, foi vista como um movimento para beneficiar o setor privado em detrimento dos interesses públicos. O apoio de Zimbaldi a essa medida reforça sua postura favorável a privatizações, mesmo em setores estratégicos como o saneamento.
Rafa Zimbaldi, portanto, se apresenta como um candidato que, apesar de seu discurso contra a corrupção e a favor do conservadorismo, carrega consigo um histórico de alianças controversas e decisões políticas que impactaram negativamente os trabalhadores e servidores públicos. Seu nome agora volta à disputa pela Prefeitura de Campinas, cercado tanto por aliados poderosos quanto por um rastro de polêmicas que prometem ser exploradas ao longo da campanha eleitoral.
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