Peça ‘Adeus Doutor’, escrita pela psicanalista, estreou em Nova York com análise-combate, Lacan-trabalho da companhia Psykout sobre mulher-ocidental em epopeia-precisa.
A psicanalista e escritora Betty Milan descreveu sua experiência de ser analisada por Jacques Lacan, o renomado psicanalista francês, como uma jornada significativa em sua própria jornada de autoconhecimento. A análise com Lacan não apenas aprofundou sua compreensão do funcionamento da mente humana, mas também despertou questões profundas sobre sua própria identidade e o lugar dela no mundo. A experiência foi um combustível poderoso para a criação da peça Adeus Doutor, em 1990.
Betty Milan, uma psicanalista experiente, entendeu profundamente a importância da análise no processo de autoconhecimento e crescimento. Sua experiência com Lacan foi um marco importante em sua carreira e contribuiu significativamente para o desenvolvimento de sua prática como psicanalista. A obra Adeus Doutor, escrita após a análise com Lacan, é um testemunho do impacto profundo da psicanálise na capacidade de explorar e entender a complexidade da mente humana e a identidade pessoal, como mencionado por Lacan em seus escritos. Lacan, conhecido por sua teoria da _imagem especular_, trouxe uma perspectiva inovadora para a compreensão da psique humana. A experiência de Betty Milan é um exemplo disto.
A psicanálise como inspiração: uma epopeia preciosa
A peça ‘Adeus Doutor’ ganhou sua primeira montagem em Nova York, após leituras no Brasil e na França, produzida pela atriz, roteirista e cineasta Barbara Riethe, que interpreta a protagonista Seriema, em parceria com a companhia Psykout!. A escritora e psicanalista Betty Milan compartilhou sua inspiração para escrever essa obra, que mistura elementos autobiográficos com temas atuais.
‘Há anos depois, eu quis que a questão passasse pro teatro e retomei o tema da imigração, da maternidade e do gênero’, afirma Betty Milan. ‘A Seriema é uma mulher que não se identifica com os ancestrais de origem oriental, como eu, que sou descendente de imigrantes libaneses no Brasil’. Essa identidade dissonante é um dos principais temas da peça, que explora a universalidade da obra.
A peça ‘Adeus Doutor’ é inspirada na análise de Betty Milan com o Lacan, mas também é uma epopeia preciosa que retrata sua própria história. ‘A verdadeira obra literária não é datada’, diz Betty à repórter Marcela Paes. A psicanálise como inspiração é um elemento-chave na obra de Betty Milan, que mistura elementos da análise com sua escrita.
‘Eu encontrei o Lacan nos anos 1970 e trabalhei com ele de 74 a 78’, afirma Betty Milan. ‘Esses temas são de grande atualidade, mas já estavam na minha história pregressa’. A psicanálise nunca foi tão popular, e a peça ‘Adeus Doutor’ é um exemplo disso. Embora a psicanálise seja mais popular no Brasil e talvez na Argentina, na França, ela não é tão comum.
‘O que acontece é que tem muita gente dizendo que faz psicanálise lacaniana, que trabalhou com Lacan, mas não é verdade’, afirma Betty Milan. Só quem trabalhou com o Lacan, que Betty saiba, foi o Paulo Emílio Sales Gomes e o Magno Machado Dias, com quem ela fundou o Colégio Freudiano do Rio de Janeiro. É preciso que o analisando seja de fato escutado, e a maioria dos profissionais são orientadores, são coachs, são diretores de consciência, mas não são analistas.
‘A psicanálise é um tipo muito particular de escrita, que estiliza a oralidade e privilegia a rememoração’, afirma Betty Milan. ‘A meta da psicanálise é rememorar para não repetir’. A influência da literatura na psicanálise também foi grande, como explica Lacan: ‘Não sou suficientemente poeta para ser psicanalista, mas sou psicanalista suficientemente poeta para ser psicanalista’.
A peça ‘Adeus Doutor’ é um exemplo da epopeia preciosa que é a psicanálise, que mistura elementos autobiográficos com temas atuais. A escritora e psicanalista Betty Milan compartilhou sua inspiração para escrever essa obra, que é uma verdadeira obra literária não datada.
Fonte: @ Estadão
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