Pequim comprou 1 milhão de toneladas de carne bovina, reforçando sua posição como principal parceiro comercial brasileiro do setor de proteína animal para o mercado doméstico.
A carne bovina exportada para a China pode ser afetada por novas medidas de salvaguarda, como os impostos e restrições às importações. O Ministério do Comércio chinês anunciou a investigação em 27 de setembro, afetando todos os países exportadores de carne bovina para a China.
A carne bovina é uma das principais fontes de proteína animal no mundo, incluindo o boi, que é um dos principais animais de gado utilizados para produção de carne. A investigação visa determinar se as importações de carne bovina da China estão afetando negativamente a indústria local, tornando-a necessária a aplicação de medidas de salvaguarda para proteger o gado e o mercado interno. O governo brasileiro precisa estar atento a esta situação e trabalhar para mitigar os efeitos negativos em sua indústria de carne.
Excesso de Oferta no Mercado Interno
O governo chinês abriu um processo de investigação para analisar a possível influência das importações de carne bovina no mercado interno da China. A justificativa apresentada é a excessiva oferta de carne no mercado doméstico, o que levou a uma queda nos preços da proteína. Essa situação se tornou evidente entre 2019 e 2023, quando as importações chinesas de carne bovina cresceram 64,93% e mais do que dobraram (106,28%) no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2019.
Importações e Participação no Mercado Doméstico
Os dados mostram que as importações chinesas de carne bovina representam 43,87% da produção total no período analisado, ante 24,87% em 2019. A participação do mercado doméstico diminuiu, enquanto as importações mais do que se duplicaram. O mercado interno viu sua participação cair, com as importações representando 43,87% da produção total no período analisado, ante 24,87% em 2019.
Investigação e Participação do Governo Brasileiro
De acordo com o comunicado do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa), a investigação aberta por Pequim abrange todos os países exportadores de carne bovina para a China e deverá analisar o período que compreende o ano de 2019 até o primeiro semestre de 2024. As apurações deverão ter a duração de oito meses, sem a adoção de qualquer medida preliminar, permanecendo vigente a tarifa de 12% que a China aplica sobre as importações de carne bovina.
Participação do Setor Exportador e Abiec
O governo brasileiro, em conjunto com o setor exportador, buscará demonstrar que a carne bovina brasileira exportada à China não causa qualquer tipo de prejuízo à indústria local, sendo, pelo contrário, importante fator de complementaridade da produção local chinesa. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) também acompanha as investigações e reafirmou que a carne bovina do Brasil exportada para a China é de alta qualidade e segue rigorosos padrões de sanidade e segurança.
Comércio e Exportações
Atualmente, a China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, consolidando-se nos últimos anos como o maior parceiro comercial do Brasil em proteínas animais. No acumulado deste ano, as exportações brasileiras de proteína para o país asiático somaram mais de 1 milhão de toneladas — aumento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2023. O volume foi um suprimento fundamental para complementar a produção local chinesa, hoje estimada em 12 milhões de toneladas.
Importância da Participação no Processo
O ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil e colunista do Agro Estadão, Weber Barral, ressaltou a relevância da participação dos exportadores brasileiros no processo, fornecimento informações ao governo chinês. A China é o principal mercado consumidor de carne brasileira, e a participação no processo é fundamental para manter a confiança e o relacionamento comercial entre os dois países.
Fonte: @ Estadão
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