Bioma Café do Cerrado Mineiro ganhou 5 prêmios de maior prestígio no mundo pela Associação Brasileira de Cafés Especiais e Alliance for Coffee Excellence. Grãos de SP, ES e BA também foram reconhecidos com nota mais alta de todo o concurso, propriedade M&F Coffee.
Ocupando uma posição estratégica na região de Alta Mogiana, conhecida por ser um dos principais centros produtores de café no estado, o município de Franca sediou a 25ª edição do Cup of Excellence (COE), concursos que são considerados de grande notoriedade no cenário internacional. Nesse contexto, os vencedores da etapa brasileira foram divulgados durante o evento organizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), que aconteceu no sábado, 2.
Com uma vasta experiência em produção, o café é um dos principais produtos cultivados na região, e essa abrangência é um dos motivos pelos quais o Cup of Excellence sempre busca reconhecer a excelência nos diversos municípios que compõem o estado de São Paulo, sendo o de Franca, um deles. A participação desses concursos tem o objetivo de valorizar a qualidade e a diversidade da produção de café no país.
A Grande Coroada: Café de Excelência
A premiação da Associação Brasileira de Cafés Especiais contou com a parceria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE). A competição, que busca destacar a excelência do café nacional, contou com a participação de produtores de café de todo o país.
A categoria via seca, que avalia os cafés naturais e secos com casca, foi dominada pelo produtor Ronaldo da Silva, do Sítio Santa Luzia, localizado em Cristina, Minas Gerais. Sua amostra alcançou 92,32 pontos, considerado um café presidencial – denominação dos lotes que atingem pontuação acima de 90. ‘Ano passado fiquei em terceiro lugar no concurso da BSCA e é uma alegria grande ter ido mais longe, porque a gente trabalhou para isso’, conta Silva ao Agro Estadão.
Ele começou na cafeicultura trabalhando com o pai e em 2007 comprou sua própria propriedade. Nesta edição do COE 2024, 13 amostras receberam a classificação presidencial. Uma delas foi produzida na Fazenda Rainha, em Sertãozinho, região noroeste de São Paulo. A amostra recebeu nota 91,89 e ficou em segundo lugar no ranking da avaliação via seca.
Na categoria via úmida, envolvendo os cafés despolpados, desmucilados e cerejas descascados, o primeiro lugar ficou com o produtor Vitor Marcelo Queiroz Barbosa, da Fazenda Sobro e Bonito de Cima – D’Barbosa Coffee, localizada em Coromandel, no Cerrado Mineiro. A amostra recebeu nota 91,93 e também foi considerado um café presidencial.
‘Nós somos, realmente, aficionados por café especial, tanto eu, como meu pai e meus irmãos. Nós plantamos cerca de 20 variedades’, diz Barbosa. A produção na fazenda é totalmente focada em cafés especiais, tendo cerca de 15% destinados à exportação.
O produtor Bioma Café, da propriedade M&F Coffee, do Cerrado Mineiro, foi o vencedor da categoria experimental, voltada para os cafés que passaram por processo de fermentação induzida. Assim como os primeiros colocados das demais categorias, o lote da Bioma Café também é presidencial, com pontuação de 93,14 – a nota mais alta de todo o concurso.
‘No ano passado, ficamos no top 10 e esse ano ganhamos. Isso mostra a consistência do nosso time, depois de 13 anos estamos sendo reconhecido pelo trabalho muito bem feito’, ressalta Marcelo Assis Nogueira, sócio-diretor da M&F Coffee.
Os lotes da empresa foram um grande destaque do concurso, porque também conquistaram outras premiações: segundo, sexto e décimo lugares na via úmida e oitavo lugar na via seca. A qualidade dos cafés impressionou os jurados do COE 2024.
‘Isso mostra que os produtores brasileiros estão cada vez mais processando melhor, têm buscado conhecimentos, novas variedades, novos métodos de processamento’, destacou o brasileiro Dionathan de Almeida, atual campeão mundial do campeonato de provadores de café. Ele compôs o grupo de 22 juízes internacionais que representaram dez países.
O do COE 2024, Jesús Salazar, destaca a experiência e a paixão dos produtores pelo café como fatores fundamentais para a excelência alcançada. ‘É uma competição que valoriza a excelência do café, e isso é algo que merece ser celebrado’, ressalta.
Fonte: @ Estadão
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