Brasil registrou mais de 180 mil focos de queimadas, 108% a mais que no ano passado, segundo o sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
No Brasil, as queimadas têm sido um problema recorrente, especialmente em áreas de grande biodiversidade. Em apenas dois dias, o país concentrou 71,9% de todas as queimadas registradas na América do Sul, um número alarmante que chama a atenção para a necessidade de ações mais eficazes de prevenção e combate a esses incêndios.
Os incêndios florestais são uma das principais causas de destruição da vegetação nativa e perda de biodiversidade no país. Além disso, as queimadas também podem ter impactos negativos na saúde pública, especialmente em áreas urbanas próximas às áreas afetadas. É fundamental que sejam tomadas medidas para prevenir e combater esses focos de incêndio, protegendo assim o meio ambiente e a saúde da população. O fogo é um elemento perigoso e deve ser tratado com cautela e responsabilidade.
Queimadas: um problema crescente no Brasil
De acordo com dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 7.322 focos de incêndio nas últimas 48 horas até a sexta-feira (13). Esse número é alarmante e destaca a gravidade da situação das queimadas no país.
Na sequência, aparecem Bolívia com 1.137 focos (11,2%), Peru com 842 (8,3%), Argentina com 433 (4,3%) e Paraguai com 271 (2,7%) focos de queimadas nas últimas 48 horas. Esses números mostram que o problema não é exclusivo do Brasil, mas também afeta outros países da região.
Considerando o acumulado do ano, até a data de ontem, o Brasil registrou 180.137 focos em 2024, 50,6% dos incêndios da América do Sul. Esse número é 108% maior em relação ao mesmo período de 2023, quando foram anotados 86.256 focos entre janeiro e 13 de setembro. A tendência é de aumento, o que é preocupante.
Entre os estados brasileiros, Mato Grosso lidera o ranking, com 1.379 registros nas últimas 48 horas, seguido por Amazonas, com 1.205, Pará, com 1.001, e Acre, com 513 focos. O município com o maior número de queimadas no período é Cáceres (MT), que teve 237 focos nas últimas 48 horas. Novo Aripuanã (AM) e São Félix do Xingu (PA) vêm logo atrás com 204 e 187 focos de incêndio, respectivamente.
Regiões afetadas pelas queimadas
A Amazônia foi a região mais afetada, concentrando 49% das áreas atingidas pelo fogo nas últimas 48 horas. Na sequência, aparecem o Cerrado (30,5%), a Mata Atlântica (13,2%), o Pantanal (5,4%) e a Caatinga (1,9%). Essas regiões são importantes para a biodiversidade e a economia do país, e as queimadas podem ter consequências graves para o meio ambiente e a população local.
O Paraná bateu um recorde histórico e registrou 11.115 casos de incêndios florestais em 2024. Segundo o Corpo de Bombeiros do estado, até então, o topo do ranking de incêndios florestais era do ano de 2019, com 10.835 ocorrências, seguido por 2021 com 10.648 incidentes. A situação alarmante, que coloca em risco a agropecuária, fez com que o governo estadual decretasse situação de emergência por 180 dias.
Consequências das queimadas
Os incêndios têm predominado em florestas nativas e reservas dentro das propriedades rurais, motivo de preocupação, pois, além da perda do meio ambiente, pode gerar multas aos produtores rurais. Em São Paulo, os prejuízos nas áreas de cana-de-açúcar superam R$ 1,2 bilhão, segundo levantamento da Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil). A entidade divulgou levantamento nesta sexta, 13, atualizando para 181 mil hectares queimados em áreas de cana e de rebrota.
A Polícia Federal (PF) aponta que há indícios de que parte dos incêndios florestais no país pode ter ocorrido por meio de ações coordenadas. A hipótese de ação humana em parte das queimadas que assolam o país também já foi levantada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que determinou medidas para o enfrentamento aos incêndios na Amazônia e no Pantanal. O uso do fogo para práticas agrícolas no Pantanal e na maior parte da Amazônia está proibido e é crime, com pena de dois a quatro anos de prisão.
Fonte: @ Estadão
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