Bailarina uniu dança e educação, formando profissionais de Dança Nacional no Corpo de Arte do Grupo de Teatro da Faculdade de Dança do Centro de Pesquisa.
Morreu, aos 96 anos, Angel Vianna, uma lendária bailarina e coreógrafa que deixou uma profunda marca na história da dança brasileira. A sua morte foi anunciada pelo site da Faculdade de Dança Angel Vianna, uma instituição que ela inspirou durante sua longa vida como educadora e pesquisadora.
Integrante de uma geração de dançarinos que lutaram pela independência da dança no Brasil, Angel se destacou não apenas como bailarina de renome, mas também como uma mestra da coreografia e uma figura respeitada na comunidade da dança. Com uma carreira que abrangeu décadas, ela se tornou referência e inspiração para muitos jovens dançarinos, incluindo os que estudam na Faculdade de Dança que leva seu nome. Seu legado continuará a ser celebrado e honrado por aqueles a quem ela ensinou e inspirou.
Angel Vianna: Uma Vida Cheia de Luz e Sabedoria
Com serenidade, Angel nos deixou repletos da sua luz e sabedoria, isso, segundo nota da publicação. A família de Angel, sem revelar a causa da morte, realizou uma cerimônia íntima para despedir-se da bailarina, em São Paulo, mas haverá missas de sétimo dia em São Paulo, Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.
Uma Pioneira da Dança no Brasil
Angel Vianna, nascida em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1928, foi uma figura marcante na dança brasileira. Ela começou sua carreira na dança aos 20 anos, no Ballet de Minas Gerais, mas também tinha formação acadêmica em Artes Plásticas, na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, e Música, com o Maestro Francisco Masferrer, um grande nome da música brasileira.
Uma Mestra da Dança
Sua trajetória na educação começou ao lado do marido, Klauss Vianna, com quem fundou a Escola Klauss Vianna e o Ballet Klauss Vianna. Juntos, os dois trabalhavam em busca de um balé com características brasileiras e Angel se tornou uma das figuras mais respeitadas da dança nacional, conhecida como Grande Dama da Dança Nacional. Angel se tornou pioneira por relacionar dança e educação, isso é uma contribuição importante para a cultura brasileira.
Uma Vida de Arte e Educação
Ela foi professora no primeiro curso de nível superior em Dança no Brasil, na Universidade Federal da Bahia, de 1963 a 1964, e também ocupou a Cadeira de Expressão Corporal do Curso em Musicoterapia do Conservatório Brasileiro de Música e a Cadeira de Expressão Corporal (Educação Física) do Curso de Educação Artística com habilitação em Música. Angel continuou se apresentando mesmo após os 80 anos; na foto, tirada em 2017, ela tinha 89.
Uma Bailarina e Professora
A bailarina criou o Grupo Teatro do Movimento, com o qual montou coreografias para espetáculos de dança e teatro, como Roda Viva (1968), As Relações Naturais (1969) e Terreno Baldio (1981). Ela também fundou o Centro de Pesquisa Corporal Arte e Educação, ao lado de Klauss Vianna e Thereza D’Aquino. A faculdade que leva seu nome foi inaugurada em 2001, no Rio de Janeiro, e hoje oferece cursos de graduação, pós-graduação e extensão.
Um Legado de Arte e Cultura
Em 1999, Angel recebeu do presidente Fernando Henrique Cardoso o Diploma de Admissão na Ordem do Mérito da Cultura por suas contribuições à cultura brasileira. Já em 2014, foi agraciada com a Comenda Máxima Grand Cruz, da Ordem ao Mérito Cultural, pela presidente Dilma Rousseff.
Um Tributo
Responsável por um celeiro formador de profissionais com intensa participação na dança, no teatro e em atividades educativas e culturais, Angel é uma das referências na arte do Brasil, definiu, em nota de pesar, o Ministério da Cultura. Nas redes sociais, famosos lamentaram a morte. ‘Amada mestra da dança, dos sonhos em corpos e movimentos, siga na Luz’, escreveu a atriz Beth Goulart. ‘Angel foi monumental. Sempre digo que sua escola, única e revolucionária, deveria brotar em todo o País’, afirmou a escritora Marcia Tiburi.
Fonte: @ Estadão
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