Agricultores do Nordeste brasileiro recebem o dobro pelo algodão colorido, agregando valor e promovendo parâmetros de sustentabilidade, economia de água e proteção ao meio ambiente.
O algodão é uma fibra natural que tem sido cultivada há séculos no Brasil, e agora, uma nova tendência está surgindo no mercado: o algodão colorido. Produzido principalmente no Nordeste brasileiro, essa variedade de algodão tem chamado a atenção de agricultores de São Paulo, especialmente no noroeste do estado, que buscam diversificar sua produção.
Diogo Lemos, um agricultor e engenheiro agrônomo, é um dos que apostam nessa nova tendência. Ele acredita que o algodão colorido, que pode ser encontrado em tons de branco, marrom e outros, pode ser uma excelente opção para os agricultores que buscam diferenciar sua produção. Além disso, a fibra do algodão é altamente valorizada por sua qualidade e durabilidade, o que pode ser um grande atrativo para os consumidores que buscam produtos de alta qualidade. O futuro do algodão é promissor e pode ser uma excelente opção para os agricultores que buscam inovar e se destacar no mercado.
O Algodão: Uma Fibra Natural com Valor Agregado
O cultivo de algodão marrom, uma variação natural da fibra branca, tem sido uma opção atraente para os agricultores brasileiros, especialmente no Nordeste. Com um valor agregado no mercado, o algodão marrom é uma escolha sustentável e rentável. Um exemplo disso é o caso de um agricultor de Riolândia, que decidiu participar de um projeto de cultivo de algodão marrom cerca de cinco anos atrás.
O preço de comercialização da fibra colorida é um dos principais motivos que chamam a atenção dos agricultores. De acordo com o agricultor, o valor pago pelo algodão marrom é geralmente o dobro em relação ao valor do algodão branco. Além disso, a contribuição do algodão marrom para a sustentabilidade e o meio ambiente é significativa. A economia de água, por exemplo, é de cerca de 70% a 80% na produção do algodão colorido.
O Desafio do Manejo do Algodão Marrom
No entanto, o cultivo de algodão marrom não é livre de desafios. Um dos principais aspectos a ser considerados pelos cotonicultores é o manejo, pois a fibra colorida não é geneticamente modificada e não possui resistência a plantas daninhas ou pragas. Isso exige mais atenção e cuidado no controle de pragas e na aplicação de inseticida e herbicida.
A demanda por algodão marrom é o fator determinante para a expansão das áreas de cultivo. No entanto, este ano, os estoques da empresa compradora de sua produção estão cheios, o que significa que o agricultor de Riolândia não vai plantar nada. A empresa compradora da fibra produzida no noroeste paulista é a Bercamp, uma companhia de médio porte localizada em Jundiaí.
A Bercamp e o Algodão Marrom
A Bercamp, que opera desde 1939, é uma empresa que trabalha com fiação de algodão e está indo para a quarta geração familiar. O diretor da Bercamp, Cláudio Lazzareschi, disse que tem cerca de R$ 1 milhão de algodão colorido no estoque e que a intenção é comercializá-lo até setembro de 2025. No entanto, existe uma dificuldade de convencimento do cliente em relação à fibra marrom, considerada ecológica.
O fio comercializado pela companhia é um mix com o algodão branco, utilizando entre 12% e 33% de algodão colorido. Devido à cor muito intensa, é necessário misturar o algodão marrom com o algodão branco para obter diferentes tonalidades no tecido. Além disso, a Bercamp está trabalhando para aumentar a oferta de algodão marrom e reduzir o custo de produção, tornando-o mais acessível aos consumidores.
Fonte: @ Estadão
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