Pablo Marçal e Eduardo Bolsonaro são alvos de ações que podem torná-los inelegíveis, como os irmãos Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado, além do bolsonarista Tarcísio de Freitas que se livrou de condenação com ato de interferir no supremo tribunal.
Dois anos antes da eleição presidencial de 2026, a direita brasileira começa a perder suas principais cartas para derrotar o PT. A vitória de Lula na eleição de 2022, marcada por um histórico de campanha, trouxe um novo contexto político, com a direita bolsonarista lutando para se recuperar.
As lideranças da direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrentam desafios crescentes para reavivar seu potencial político. O médico e ex-presidente se vê cada vez mais isolado nas fileiras da direita, com sua popularidade em declínio após a eleição de 2022. A perda de apoiadores significativos, como o ex-deputado Jair Bolsonaro, deixa a direita bolsonarista com poucas opções reais para se recuperar.
Entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro é atingido por decisão judicial
O sétimo dia da semana, o sábado 14, foi marcado por uma decisão judicial que diretamente atingiu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O vice dele em 2022, o general Walter Braga Netto, foi preso por interferir na investigação de tentativa de golpe conduzida pelo Supremo Tribunal Federal. Esse movimento judicial aumentou o sentimento de perseguição entre os presidenciáveis, levando alguns a buscar um melhor assessoramento jurídico para evitar novos reveses.
Condenações e inelegibilidades
Na última quarta-feira, a Justiça Eleitoral condenou o governador Ronaldo Caiado (União-GO) e determinou que ele fique inelegível por 8 anos. De acordo com a juíza Maria Umbelina Zorzetti, Caiado usou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, para realizar um evento de campanha para seu aliado, o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União-GO), o que pode configurar abuso de poder político. O governador nega a acusação e deve recorrer da decisão.
Ameaças à direita bolsonarista
O ex-presidente Jair Bolsonaro já foi declarado inelegível após ataques à democracia. Além dele, outras duas esperanças para a direita, o coach Pablo Marçal (PRTB-SP) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também são alvos de ações que colocam seus projetos eleitorais em xeque. No entanto, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) escapou de uma derrota no último mês.
Crise de confiança
O cenário atual vem alimentando na militância bolsonarista o sentimento de que o ‘sistema’, forma genérica a que se referem às instituições democráticas, atua para minar o poder da direita bolsonarista visando a próxima eleição presidencial. No entanto, advogados próximos a essas lideranças rechaçam ‘vitimismo’ com essas derrotas e criticam as estratégias jurídicas que levaram a essas condenações.
Fortalecendo a defesa jurídica
A preocupação na direita com o nível do assessoramento técnico de bolsonaristas levou um grupo de advogados e membros do Judiciário a articular um grupo para fortalecer a defesa jurídica de seus aliados. Nomes como Karina Kufa, advogada de Bolsonaro, Angela Gandra, ex-secretária nacional da Família do Ministério dos Direitos Humanos de Damares Alves, e Arthur Guerra, advogado do governador mineiro Romeu Zema (Novo), fazem parte da iniciativa, chamada ‘Garantistas’.
Eleição presidencial de 2026
A inelegibilidade de Bolsonaro é divisor de águas nos planos da direita para 2026. O ex-presidente tem tentado manter a influência sobre o destino da chapa que enfrentará o PT enquanto outras lideranças desafiam sua hegemonia. Deputados federais bolsonaristas relataram ao Estadão que o nome de Caiado com o governador mineiro Romeu Zema (Novo) de vice ganha força entre insatisfeitos com o clã. Além disso, aliados de Bolsonaro cogitam repetir a estratégia petista de 2018, quando Fernando Haddad assumiu na mesma chapa o lugar de Luiz Inácio Lula da Silva, então inelegível, e se beneficiou da transferência de votos do aliado e chegando ao segundo turno.
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo