José Placídio Matias dos Santos, reservista do Exército, condenado a 4 meses em regime aberto, pode recorrer em liberdade. Incentivou revolta de coronéis no dia da invasão às sedes do STF, Congresso e Planalto. Apoiadores radicais ex-presidentes.
O coronel do Exército José Placídio Matias dos Santos foi sentenciado a quatro meses de detenção, em regime aberto, por incitar nas redes sociais um golpe no dia 8 de Janeiro. Ele terá a oportunidade de recorrer em liberdade. Quatro generais do Conselho Especial de Justiça Militar assinam o veredito junto com a juíza Flávia Ximenes Aguiar de Sousa.
A sublevação do coronel provocou repercussões imediatas, levando à sua condenação. A menção a um golpe militar gerou indignação e resultou em medidas legais. A intervenção dos generais e da juíza demonstra a seriedade com que as autoridades tratam questões relacionadas a possíveis golpes.
A escalada do golpe militar e a intervenção na Praça dos Três Poderes
A condenação foi estabelecida com base no artigo 216 do Código Penal Militar – ‘injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro’ – com agravante de que a infração ocorreu na rede social. José Placídio desempenhou funções no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
No dia 8 de Janeiro de 2023, durante a sublevação de apoiadores radicais de ex-presidentes na Praça dos Três Poderes, ele sugeriu que coronéis se rebelassem e participassem de um golpe de Estado. O coronel José Placídio Matias dos Santos, ex-GSI, integrou a equipe do general Augusto Heleno por três anos.
O oficial dirigiu-se diretamente ao então comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, pedindo que ele liderasse um golpe. As publicações foram feitas na plataforma antiga Twitter.
‘General Arruda, o Brasil e o Exército esperam que o senhor cumpra o seu dever de não se submeter às ordens do maior ladrão da história da humanidade. O senhor sempre teve e tem o meu respeito. FORÇA!!’, declarou na época.
‘Brasília está agitada com a ação dos patriotas. Excelente oportunidade para as Forças Armadas entrarem no jogo, desta vez do lado certo. Onde estão os briosos coronéis com a tropa na mão?’, questionava outra publicação.
O general também fez ameaças ao ministro Flávio Dino, que na época liderava o Ministério da Justiça. ‘Sua purpurina vai acabar.’ Essas postagens resultaram em um processo criminal. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte: @ Estadão
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