Febraban alerta que aumento da inadimplência pode ser causado por despesas com jogos de azar, afetando o crédito.
BRASÍLIA – A crescente popularidade das apostas online tem chamado a atenção do Banco Central. A preocupação é que os brasileiros estejam direcionando uma parcela significativa de suas despesas para as apostas, o que pode impactar negativamente o equilíbrio financeiro das famílias.
Em meio ao cenário de expansão dos jogos de apostas, o Banco Central busca formas de conscientizar a população sobre os riscos associados às apostas online. É essencial que os consumidores estejam cientes dos potenciais impactos financeiros e saibam gerenciar de forma responsável suas apostas para evitar problemas futuros.
Aposta em Jogos de Apostas Online: Aumento e Desgastes
Isso teria o efeito de interromper a queda dos níveis de endividamento – que vêm recuando, ainda que lentamente, nos últimos meses. Na visão da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), há uma ‘bomba relógio’ contratada sobre as finanças de milhões de famílias – o que, em última instância, levaria os bancos a ficar mais seletivos na concessão do crédito, com encarecimento de diversas linhas. O Estado procurou empresas do setor, como Bet7K, Bet Nacional e Betano, mas não teve retorno.
Regulamentações e Prazo: Aposta no Mercado de Jogos de Apostas
Segundo o presidente do Instituto Jogo Legal, que representa o setor, Magnho José, o mercado de apostas brasileiro chegou ao estágio atual devido à falta de regulamentação no prazo inicialmente previsto. Na proposta do governo de Michel Temer, o setor deveria ter sido regulado dentro de dois anos, com prazo prorrogável por mais dois. Mas isso só ocorreu agora. Em palestra realizada no Rio de Janeiro, em meados de agosto, o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo Lula para assumir a presidência do Banco Central, afirmou que ‘o aumento da renda, sem acompanhamento da poupança e consumo, pode estar vazando para as bets’.
Renda e Aposta: Queda e Alterações no Mercado de Jogos
Ele apontou que relatos de preocupações de bancos e redes de varejo já haviam chegado ao BC. Estima-se que os brasileiros tenham gasto entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões com jogos em 2023, incluindo não só as apostas online, mas também as loterias federais e as atividades que permanecem ilegais (como jogo do bicho), segundo estudo do Santander. Segundo integrantes do BC ouvidos pelo Estadão, o entendimento no Banco é de que a regulação desse segmento cabe ao Executivo, e não ao órgão; mas a avaliação é de que a situação é grave e demandaria medidas ‘enérgicas’ de políticas públicas, como campanhas estruturadas de conscientização.
Impactos nas Saúdes Financeira e Mental: Aposta no Consumo e Regulação
Para o Banco Central, a principal preocupação é de que isso possa aumentar a inadimplência. Em postagem nas redes sociais no dia 20 de agosto, o BC abordou o tema de forma crítica. No vídeo, é feita a seguinte pergunta: ‘Você prefere guardar um pouco do salário para viajar com a galera no carnaval ou gastar tudo no jogo do Tigrinho?’. Um interlocutor responde que o melhor é focar no carnaval. Na sequência, a representante do BC fala: ‘Ótima escolha, até porque, no jogo do Tigrinho, você nunca ganha’. Procurado, o Banco Central não se manifestou. Já o Ministério da Fazenda afirmou que o setor cresceu sem regulação desde 2018, e que as regras estabelecidas este ano têm como objetivo a proteção dos consumidores (veja mais abaixo).
Conclusão: Aposta no Controle e Conscientização
Nas últimas semanas, os bancos Santander e Itaú divulgaram estudos sobre o tamanho dos gastos das famílias com as bets, e redes de varejo e supermercados apontaram que houve redução de consumo em função desses gastos. Segundo o presidente da Febraban, Isaac Sidney, o crescimento desses gastos é ‘alarmante’ e vem tomando proporções.
Fonte: @ Estadão
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