Diretor mexicano elogia Walter Salles por longa que é espelho assustador do passado e do presente onde forças armadas têm um papel de atração gravitacional.
O diretor Alfonso Cuarón, conhecido por obras cinematográficas premiadas como Roma e Gravidade, recentemente compartilhou sua predileta entre filmes de 2024: Ainda Estou Aqui, um longa-metragem brasileiro. Este filme, produzido pela equipe responsável por sucessos, é um nome distintivo na cena cinematográfica contemporânea.
Em divulgação efetuada pela revista norte-americana Variety, Cuarón e outros 18 diretores foram convidados a compartilhar seus filmes favoritos dos últimos 12 meses. A lista divulgada na quinta-feira, 19, destacou a preferência do cineasta mexicano pelo filme brasileiro Ainda Estou Aqui. Em um catálogo de obras cinematográficas de 2024, este longa-metragem brasileiro se sobressai como a obra predileta do diretor de Roma e Gravidade.
Filmografia composta por obras da responsável Fernanda Torres
Em uma reflexão profunda sobre o universo de filmes brasileiros, o diretor mexicano nos leva a refletir sobre a obra ‘Ainda Estou Aqui’, de Walter Salles, classificando-a como um ‘espelho assustador de tempos políticos tensos, passados e presentes’, marcados pela força da memória. Ao serem convidados a compartilhar a intimidade e os sonhos da família, somos transportados para um espaço onde a família vive em armonia, até que a destruição da harmonia ocorre, com Rubens sendo levado de sua casa pelas forças armadas, e a luta determinada de Eunice para trazê-lo de volta é testemunhada, dizendo o diretor. O diretor mexicano Cuarón nos faz mergulhar na obra de Walter Salles, descrevendo-a como ‘uma atração gravitacional’ que nos eleva e nos ancora como uma força invisível, mas inegável. Ele destaca que ‘Ainda Estou Aqui’ é um filme que narra uma história real de terror, resiliência e aceitação, além de reproduzir uma memória pessoal e coletiva, e fazendo com que meditemos sobre a passagem do tempo e nossa própria impermanência, deixando o amor como a única força que perdura. Ao escolher ‘Ainda Estou Aqui’, Cuarón surpreende, considerando que uma das obras mais badaladas do ano é Emília Pérez, longa musical que tem o México como cenário, produzida francesa e criticada por sua representação da cultura latina. Outros diretores também compartilham seus longas favoritos, como Gladiador II, de Christopher Nolan, Meu Eu do Futuro, de Chris Columbus, Nickel Boys, de Barry Jenkins, Unstoppable, de Michael Mann, e A Jovem e o Mar, de J.J. Abrams.
Fonte: @ Estadão
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