Bolsonaro defende uma política de direita em sua campanha eleitoral, comparando seu apoio a Donald Trump e lembrando do lema da campanha de Trump: ‘Mande todos os grandes volta’, reafirmando seu compromisso com o regime democrático e rejeitando a possibilidade de golpe constitucional.
Os rumores de um possível golpe de Estado no Brasil, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ganham força após a ameaça de desobediência civil do ex-militar em relação aos resultados da eleição presidencial de 2022. Bolsonaro, conhecido por suas declarações extremistas e de negação da derrota eleitoral, alega que a eleição foi fraudada e está mobilizando seus seguidores para desafiar a Constituição.
A situação é considerada um golpe por muitos especialistas, que veem o movimento como uma tentativa de usurpação do poder. Alguns até mesmo compararam o movimento a um impeachment, embora o processo seja diferente. O movimento também é visto como uma intervenção direta na democracia, onde grupos de extrema direita, apoiados por Bolsonaro, defendem a manutenção do poder a todo custo. A situação é considerada alarmante, com a possibilidade de violência e desordem na medida em que os seguidores do ex-presidente podem se opor às medidas de contenção.
Uma estratégia para retornar ao poder
Ainda deitado em seu leito de dor, Jair Bolsonaro, o ex-presidente brasileiro, aposta em um apoio inesperado para retornar ao poder: o de Donald Trump, o presidente eleito nos Estados Unidos. Com base na acreditação de que Trump, com seu apoio, poderá ajudá-lo a impor sanções econômicas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dos principais adversários políticos do ex-presidente, Bolsonaro se sente motivado a tomar medidas para garantir seu regresso às urnas em 2026. Esse cenário conturbado se tornou ainda mais aceso quando a eleição de Trump foi vista como uma virada de jogo para o futuro de Bolsonaro e para os políticos de direita na América Latina, que recentemente perderam eleições presidenciais no México e no Uruguai e perderam a maioria dos grandes países latinos para os esquerdistas.
Um apoio crucial
Trump está de volta e, para Bolsonaro, isso significa um sinal claro de que ele também voltará ao poder. ‘Trump está de volta, e é um sinal de que nós também voltaremos’, disse Bolsonaro em uma entrevista ao The Wall Street Journal. ‘É hora do MAAGA – Make All Americas Great Again’, acrescentou, em uma alusão ao lema da campanha de Trump. Bolsonaro também mostrou um livro publicado no ano passado que Trump lhe deu com a inscrição ‘Jair – You are GREAT’ (Você é ótimo). Esse apoio é fundamental para Bolsonaro, que pretende registrar sua candidatura antes da votação de 2026, desafiando a proibição imposta pelo STF. Além disso, Bolsonaro apostou em Trump para pressionar os juízes brasileiros a atrasar a execução da decisão de 2023 por tempo suficiente para concorrer ao pleito presidencial.
O golpe e a intervenção
A situação se tornou ainda mais complicada quando Bolsonaro foi proibido de concorrer a cargos públicos até 2030 e enfrentou acusações criminais por supostamente tramar um golpe contra o governo Lula. A eleição de Trump também trouxe à tona a questão da intervenção externa na política brasileira, com Bolsonaro citando as sanções de petróleo de Washington à Venezuela como exemplo de como Trump poderia ajudá-lo a devolver a democracia ao país. ‘Trump também tem se preocupado muito com a Venezuela e discutiu comigo maneiras pelas quais podemos devolvê-la à democracia’, disse Bolsonaro.
A usurpação e a política de direita
Bolsonaro, contudo, não se deu por vencido. ‘Contanto que o tribunal eleitoral não recuse meu registro, ele é válido’, disse. ‘Eles podem simplesmente adiar o máximo possível… Até a eleição acabar.’ Esse golpe político é apenas mais um capítulo na longa história de disputas entre Bolsonaro e o STF, que recusou seu registro de candidatura ao cargo de presidente em 2022. Além disso, a eleição de Trump também abriu espaço para a política de direita na América Latina, que recentemente perderam eleições presidenciais no México e no Uruguai. A partir de agora, Bolsonaro aposta em Trump para garantir seu regresso às urnas em 2026, apesar da proibição e da intervenção externa.
Fonte: @ Estadão
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