Rafael Schiozer diz que o governo pode agir com firmeza para cortar despesas e cinema nacional está em desaparecimento forçado.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, é um dos grandes destaques do cinema nacional e retrata um tema bárbaro, que assola famílias inteiras: o desaparecimento de alguém querido. Isso é o pior que pode acontecer, pois não há respostas, apenas dúvidas. O filme retrata bem isso, deixando a audiência com um sentimento de desespero.
A trama do filme se passa em 1970, quando um jovem, Marcos, desaparece em um ônibus e sua família não recebe notícias dele. A mãe de Marcos, dona Laura, começa a investigar o desaparecimento do filho, mas encontramos obstáculos em cada passo. Ela enfrenta também outra tragédia, o homicídio de seu outro filho, e não consegue resolver o caso do desaparecimento do primeiro. A impotência e a dor são sentidas pelo longo período, até que, anos depois, ela recebe uma resposta. O filme, mesmo com um final feliz, consegue transmitir a sensação de desaparecimento e perda que uma família pode passar.
Desaparecimento: um problema antinatural e de difícil superação
A história de Rubens Paiva, um ex-deputado e engenheiro que foi levado por agentes do Estado para um suposto interrogatório e nunca mais foi visto, é somente um dos muitos casos de desaparecimento na história recente do país. Mais de vinte anos depois, a família conseguiu, por meio de ação judicial, o reconhecimento de seu óbito, mas o impacto psicológico do desaparecimento forçado é profundo, afetando tanto os desaparecidos quanto seus entes queridos. A falta de informações sobre o destino da vítima gera sofrimento contínuo, e a dúvida sobre o que realmente aconteceu se torna um fardo emocional permanente.
O desaparecimento forçado não se confunde com o homicídio, uma violação grave dos direitos humanos caracterizada pela detenção, sequestro ou retenção de uma pessoa por agentes do Estado ou grupos que atuam sem seu consentimento, seguidos pela recusa em fornecer informações sobre seu paradeiro. Essa prática é frequentemente usada como uma forma de repressão política, com o objetivo de silenciar opositores, ativistas e defensores dos direitos humanos. Ela causa não apenas dor e sofrimento às vítimas, mas também afeta suas famílias e comunidades, que ficam sem respostas, imersas em um estado de incerteza e angústia.
O Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, em 30 de agosto, visa fortalecer a luta por memória, verdade, justiça e reparação, ressaltando o direito das vítimas, de seus familiares e da sociedade como um todo, conhecer a realidade sobre as circunstâncias do desaparecimento forçado, o andamento e os resultados da investigação, assim como o destino ou paradeiro da pessoa desaparecida.
Desaparecimento forçado: uma prática destrutiva que fere os direitos fundamentais
O desaparecimento forçado é uma prática que fere os direitos fundamentais de liberdade e segurança, criando um clima de medo e insegurança nas sociedades afetadas. No âmbito internacional, o desaparecimento forçado é considerado um crime contra a humanidade, conforme o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. Diversas organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, têm se esforçado para chamar a atenção para essa violação e pressionar os governos a adotarem medidas para preveni-la e punir os responsáveis.
A luta contra o desaparecimento forçado também envolve o direito das vítimas à verdade, à justiça e à reparação. As famílias das vítimas precisam de respostas sobre o destino de seus entes queridos, e os responsáveis devem ser punidos. Além disso, é fundamental criar políticas de prevenção e combate ao desaparecimento forçado, como a criação de comissões de direitos humanos e a implementação de leis e regulamentos para proteger as vítimas e suas famílias.
Um problema que afeta a todos, incluindo o cinema e a sociedade nacional
O desaparecimento forçado é um problema que afeta a todos, incluindo o cinema e a sociedade nacional. Recentemente, o cinema nacional tem abordado esse tema em filmes como ‘Desaparecido’, que conta a história de um jovem que desaparece durante a ditadura militar. O filme destaca a importância da memória e da luta pela verdade e justiça. Além disso, a sociedade nacional tem se mobilizado em prol da causa, com muitas pessoas se unindo para protestar e chamar a atenção para o problema.
Em dias recentes, o desaparecimento forçado tem sido um tema de grande discussão na sociedade nacional, com muitas pessoas se perguntando sobre a importância de se lutar por memória, verdade e justiça. O desaparecimento forçado é uma prática destrutiva que fere os direitos fundamentais de liberdade e segurança, criando um clima de medo e insegurança nas sociedades afetadas. É fundamental criar políticas de prevenção e combate ao desaparecimento forçado, como a criação de comissões de direitos humanos e a implementação de leis e regulamentos para proteger as vítimas e suas famílias.
Fonte: @ Estadão
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