Filme em cartaz nos cinemas, fugindo dos direitos autorais, Mickey vestido de rato, psicopata assassino, longa-metragem em domínio público.
A inesperada perda de controle sobre o personagem icônico Mickey Mouse parece trazer um sentimento de terror ao olhar para o futuro do cinema. Uma vez que a propriedade da Walt Disney sobre o personagem se encerrou em 1º de janeiro de 2024, apenas resta saber o que virá em seguida.
Além de preocupações legais, muitos estão com medo da possibilidade de terror e assassinato da imagem de Mickey Mouse. Dezenas de filmes poderiam ser criados com o personagem e, com a perda de direitos autorais, resta saber como a Walt Disney reagirá para proteger sua imagem. O fim dos direitos autorais sobre Mickey Mouse significa uma virada no jogo, levando a uma situação de violência contra a propriedade da Disney. O que acontecerá com a Walt Disney e sua imagem icônica após o término dos direitos autorais do Mickey Mouse?
Terror em Alta Definição
Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra não é apenas um filme de fim de patente, mas um exercício de terror que explora o lado sombrio do icônico personagem Mickey Mouse. O longa, estreado semana passada, parece um filme criado por fãs ou até mesmo por críticos do Mickey, com uma história de sempre. Um grupo desinteressante de amigos se reúne em um fliperama, no final do dia, quando a loja já está fechada. Entre romances e intrigas, esse grupo começa a sumir gradualmente, e o motivo, claro, é o terror que se esconde nos bastidores da loja: uma pessoa (ou criatura?) vestida como o Mickey de Steamboat Willie, matando com uma enorme faca.
O Terror das Máscaras
A partir daí, surgem os questionamentos habituais: quem está por trás da máscara? Qual é o objetivo? Até onde ela pode chegar e como os jovens podem sobreviver? Com essa premissa, é natural comparar Mouse Trap com outros filmes que exploram a onda do fim dos direitos autorais, como o malfadado Ursinho Pooh: Sangue e Mel ou os longas de terror com a Cinderela. No entanto, é necessário dizer que perto de Mouse Trap, o terror da turminha do Ursinho Pooh parece uma obra-prima, um novo Cidadão Kane. O filme do rato, afinal, está contente em ser vazio, oco.
A Diversão no Fim dos Direitos Autorais
Dirigido por Jamie Bailey (da pérola Viralize ou Morra) e roteirizado pelo também ator Simon Phillips (Sequestrando Chaplin), Mouse Trap parece se divertir em emular o estilo dos filmes de ‘gato e rato’ com personagens fugindo desse psicopata vestido de Mickey. É um humor rasteiro, que já fica evidente no primeiro minuto, quando os diretores colocam um letreiro no estilo de Star Wars para falar como amam a Disney – de verdade, precisava disso? E o que mais o espectador espera, que é a revelação do motivo de existir um assassino por aí vestido como Mickey Mouse, nunca chega. Ursinho Pooh: Sangue e Mel pelo menos cria uma mitologia própria com esses animais, enquanto os slashers da Cinderela se divertem o suficiente apenas ao recriar essa história, colocando a princesa em situações absurdas.
O Prejuízo no Box Office
Mouse Trap parece um filme apenas para ganhar dinheiro, mas nem isso: o longa-metragem custou inacreditáveis US$ 800 mil e arrecadou, de acordo com o Box Office Mojo, apenas US$ 60 mil até agora. Saiu no prejuízo, não contou uma boa história e desperdiçou uma oportunidade. Talvez, no fundo, serviu apenas para deixar os executivos da Disney de cabelo em pé – mas tranquilos após a falta de bons resultados. Agora, é esperar a estreia ScreamBoat, outro terror com o Mickey.
Fonte: @ Estadão
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