Apresentador nomearia Julio Casares como vice na chapa; convenção partidária em briga generalizada e impasse na Justiça Eleitoral.
No começo dos anos 90, Silvio Santos estava no topo de sua popularidade e qualquer partido do Brasil queria tê-lo como candidato – exceto o seu próprio. Em 1992, São Paulo elegeria um novo prefeito e o apresentador de TV, que faleceu neste sábado, 17, planejava concorrer ao cargo.
No entanto, Silvio Santos acabou desistindo da ideia de se candidatar à prefeitura de São Paulo naquela época. Mesmo assim, seu nome continuou sendo associado à política e à televisão, mostrando sua influência em diferentes áreas. O legado deixado pelo famoso apresentador de TV permanece vivo até os dias de hoje, inspirando gerações.
Santos, Silvio: O Apresentador de TV que Quase se Tornou Presidente
Era favorito para a eleição, mas teve a pré-candidatura sabotada por uma ala da própria sigla, o Partido da Frente Liberal (PFL). Seu companheiro de chapa seria Julio Casares, hoje presidente do São Paulo Futebol Clube, mas a convenção que escolheu Santos, Silvio como candidato terminou em briga generalizada e foi anulada pela Justiça Eleitoral. Não fazia três anos desde a campanha relâmpago de Silvio à Presidência da República, em 1989, quando o empresário se apresentou à disputa com a corrida ao Planalto já em andamento.
O arranjo, por mais estranho que pareça hoje, era possível, segundo a lei eleitoral vigente na época. Os problemas jurídicos foram outros e a candidatura foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A trama durou menos de dez dias, suficientes para que a história se consagrasse no folclore político do País. São menos conhecidas as vezes em que o apresentador postulou não a Presidência, mas a Prefeitura paulistana: em 1988 e no pleito municipal seguinte, em 1992. Nos dois casos, esbarrou no desinteresse dos próprios correligionários em lançá-lo como candidato.
A eleição de 1989 foi a primeira em mais de três décadas a eleger um presidente da República pelo voto direto. O candidato do PFL era Aureliano Chaves, vice-presidente do País durante o mandato de João Figueiredo (1979-85), mas seu nome não engrenou nas pesquisas de intenção de voto. De forma reservada, Aureliano admitiu a interlocutores do partido que renunciaria à campanha se assim fosse melhor para a sigla. Nesse momento entrou em cena o trio do PFL formado pelos senadores Edison Lobão (MA), Hugo Napoleão (PI) e Marcondes Gadelha (PB). O grupo foi apelidado com o título de ‘Três Porquinhos’.
‘Àquela altura, faltando um mês para a eleição, não podíamos trocar seis por meia dúzia. Teríamos que ter um candidato com uma popularidade fora do comum, uma bomba de napalm no arrozal da rapaziada’, disse Marcondes Gadelha ao Estadão. Numa consulta à base de filiados do PFL, depararam-se com o nome de Silvio Santos e, contatado pelo trio, o apresentador demonstrou interesse na disputa. A bomba caiu e, tal como uma carga de napalm, teve um efeito devastador.
A candidatura de Aureliano ia mal, mas isso não significava que os integrantes do PFL não estivessem se mobilizando por uma campanha presidencial. Muitos caciques haviam abandonado o barco do partido e, de forma extraoficial, vinham apoiando o nome de Fernando Collor de Mello, do PRN, que liderou com sobra os levantamentos de intenção de voto no primeiro turno. Se o nome mais incômodo a Collor na segunda etapa da eleição era motivo de debate, não havia dúvidas de que Silvio Santos poderia destronar Collor até mesmo no primeiro turno. Essa possibilidade despertou uma reação no PFL ao fim da qual o próprio Aureliano Chaves recuou, desmentindo que pudesse renunciar à condição de candidato. Por outro lado, ao manifestar interesse na eleição, Silvio Santos
Fonte: @ Estadão
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