Presidente do Senado disse que deputados querem “lacração nas redes” em vez de solucionar o “problema de limitar Poderes institucionais”.
BRASÍLIA – O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), líder do Senado, ressaltou a importância da cautela ao examinar solicitações de destituição do magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que têm ganhado destaque recentemente.
Em meio às discussões sobre o assunto, o presidente da Casa reiterou a necessidade de respeitar os trâmites legais e a seriedade do processo, enfatizando a relevância de manter a estabilidade institucional. Rodrigo Pacheco afirmou que a decisão sobre o tema deve ser tomada com responsabilidade e ponderação, visando o bem-estar da nação.
Pacheco, Rodrigo: Presidente do Senado, Pedido de Impeachment e Ministro do STF
Durante um evento de homenagem promovido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em honra ao parlamentar, na última sexta-feira, 23, Rodrigo Pacheco fez uma declaração que chamou a atenção. O presidente do Senado foi abordado por jornalistas a respeito da ofensiva que se intensificou, especialmente entre os bolsonaristas, após a revelação feita pelo jornal Folha de São Paulo. O veículo noticiou que o ministro Alexandre de Moraes teria solicitado, de maneira não oficial, a elaboração de relatórios pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para embasar suas decisões contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Pacheco, Rodrigo, presidente do Senado (PSD-MG), conforme reportagem do Estadão da semana passada, demonstrou que não via clima favorável para incluir o impeachment na pauta, de acordo com seus apoiadores. Integrantes da tropa de choque em apoio a Bolsonaro no Senado, como Eduardo Girão (PL-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF), passaram a endossar a saída de Moraes do cargo.
‘Eu, na condição de presidente do Senado, após três anos e sete meses, vou agir com muita cautela em relação a esse assunto para evitar que o país se torne um caos para aqueles que desejam destruí-lo’, afirmou o senador durante o evento em Minas Gerais, na sexta-feira. Em seguida, Rodrigo Pacheco ressaltou sua responsabilidade com o cargo que ocupa e com a democracia, argumentando que um ato drástico como o impeachment de um ministro do STF teria repercussões na economia, inflação, câmbio e desemprego.
O presidente do Senado também relembrou que rejeitou um pedido semelhante contra o mesmo ministro, apresentado por Bolsonaro em 2021, por falta de viabilidade jurídica e política. Além disso, alfinetou deputados da oposição que agora clamam pela destituição de Moraes, ao mencionar que aprovou no Senado uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para restringir o poder de decisões monocráticas, ou seja, individuais, de ministros do STF.
No entanto, a proposta ficou estagnada na Câmara dos Deputados até o dia 16, quando o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), a encaminhou para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), após a maioria da Corte decidir manter a suspensão das emendas parlamentares ao Orçamento determinada pelo ministro Flávio Dino.
‘É surpreendente que aqueles que agora pedem o impeachment de um ministro do STF tenham permanecido em silêncio por oito meses, após eu ter aprovado no Senado essa PEC das decisões monocráticas. Como se não buscassem a solução para limitar os Poderes institucionais, mas sim a busca por likes em redes sociais, baseada no desequilíbrio e em medidas extremas’, concluiu Pacheco.
Fonte: @ Estadão
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