Militares das Forças Especiais do Exército têm registros de vencimentos até agosto. Força Especial, Exército, Operação e Contragolpe são registrados no Portal da Transparência. Comando do Exército diz que os presos fazem parte do Exército. Supremo Tribunal Federal julga a Operação.
Os ‘kids pretos‘, uma unidade de operações especiais do Exército brasileiro, conhecida por seus uniformes de combate com gorros pretos, voltou a ser alvo de notícias negativas nos últimos dias. Em 19 de janeiro, três de seus integrantes foram presos pela Polícia Federal, suspeitos de planejar uma trama golpista na época do pleito eleitoral em 2022. A trama, que não foi concretizada, pretendia criar o clima de insegurança e desordem em todo o país.
A suspeita é de que esses militares estavam planejando um golpe de estado contra o novo governo. Além disso, a investigação também aponta que eles pretendiam não respeitar o resultado das eleições para garantir a vitória de seu candidato. A Polícia Federal foi fornecido de informações que permitiram identificar os envolvidos e detê-los. A investigação está em andamento e novas informações devem surgir nos próximos dias.
Presos por Golpe de Estado: Ex-presidentes e Militares sob Suspeita
A Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal (PF), mirou ex-presidentes eleitos e militares supostamente envolvidos em um ‘detalhado planejamento operacional’ chamado ‘Punhal Verde e Amarelo’, com o objetivo de mortes e instalação de um ‘Gabinete de Crise’. Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo foram presos, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos indiciados pela PF.
A investigação revelou que os três presos estavam lotados no Comando do Exército e receberam, em agosto de 2024, mais de R$ 27 mil cada um de vencimentos brutos, segundo dados do Portal de Transparência. Enquanto Lima e Azevedo receberam R$ 27.450 em salário bruto naquele mês, Oliveira teve a renda de R$ 27.417,60. Após deduções, os três receberam entre R$ 18,1 mil e R$ 19,9 mil de salário líquido.
Os três já passaram pelos três cargos que compõem o comando tático e estratégico superior – coronel, tenente-coronel e major. Lima também possui quatro registros de gratificações de representação de gabinete que passou a receber entre 2013 e 2015. Duas dessas bonificações não possuem data de término registradas no portal.
O Exército foi procurado para comentar a vinculação dos militares, mas não respondeu. Exemplos de pessoas conhecidas que já integraram as fileiras especiais são os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), o coronel da reserva Élcio Franco, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.
O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado com os ‘kids pretos’ por tentativa de golpe de Estado, tentou ser um dos militares especiais, mas falhou em uma das etapas da admissão – duas vezes. ‘Tentei por duas vezes fazer o Curso de Comandos, mas, nos exames preparatórios, que não foram os físicos, fui deixado para trás’, disse durante uma sessão na Câmara em 2019.
A defesa de Rodrigo Bezerra de Azevedo disse que seu cliente é inocente e não participou de tentativa de golpe. A defesa de Hélio Ferreira Lima afirmou que a atuação do tenente-coronel no Exército ‘em nada se relacionada com o cenário investigado’.
Fonte: @ Estadão
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