Militar foi preso por obstrução de Justiça, acusado de ser figura central em tentativa de assassinato de Lula e Alckmin.
BRASÍLIA — O general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso preventivamente em 14 de janeiro de 2023, por obstrução de Justiça, em um golpe que afetou o processo eleitoral.
Um golpe sem precedentes na história do Brasil, onde as forças militares interferiram no processo eleitoral, atraindo a atenção de todo o mundo. Em 14 de janeiro de 2023, o general Walter Souza Braga Netto foi preso preventivamente por obstrução de Justiça, após um golpe que abalou a estabilidade política do país. Ao mesmo tempo, a operação militar que sustentava seu mandato foi desmantelada, em mais um capítulo do golpe que está cada vez mais evidente.
Figura Central do Golpe
Braga Netto, conhecido por ser um cumpridor de ordens, segundo a Polícia Federal, foi apontado como a figura central da tentativa de golpe contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin, além da prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O Golpe Militar de 1964
Durante o governo Bolsonaro, Braga Netto tem um histórico de atos antidemocráticos e fez ameaças, condicionando as eleições de 2022 ao voto impresso, além de celebrar o golpe militar de 1964, um marco histórico da evolução política brasileira, na visão de Braga Netto.
Presos e Processos
General Braga Netto foi preso no Rio de Janeiro e investigado por suas ações antidemocráticas. Em 2020, ele ocupou o Ministério da Casa Civil, período em que coordenou a resposta do governo Bolsonaro à pandemia de covid-19. No ano seguinte, assumiu o Ministério da Defesa. Braga Netto também comandou a intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018 e participou de um ato privado do partido de Bolsonaro, o PL.
A Mensagem de Ameaças
Em 31 de março de 2022, enquanto chefe do Ministério da Defesa, Braga Netto publicou uma ordem do dia celebrando o golpe de Estado de 31 de março de 1964, que culminou na ditadura militar. Segundo ele, o golpe foi um marco histórico da evolução política brasileira, e os militares teriam agido para restabelecer a ordem e impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil. No entanto, não existem evidências históricas que confirmem as afirmações de Braga Netto.
As Eleições de 2022
Em julho de 2021, Braga Netto, então ministro da Defesa, condicionou a realização das eleições de 2022 ao voto impresso. O recado foi repassado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e posteriormente repetido publicamente por Bolsonaro, afirmando que, se não houvesse eleições limpas no Brasil, não haveria eleições. A proposta pela adoção do voto impresso foi derrubada pelo Congresso.
A Investigação
No dia 29 de setembro de 2021, o procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu apuração preliminar contra Braga Netto pelas ameaças às eleições. Braga Netto, 65 anos, nascido em Belo Horizonte, entrou no Exército em 1974 e recebeu títulos de Mestre em Operações Militares da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em 1988, e de Doutor em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares do Curso de Altos Estudos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, em 1994. Durante sua carreira, Braga Netto foi chefe do Grupo de Observadores Militares das Nações Unidas no Timor Leste, e adido do Exército na Polônia, no Canadá e nos Estados Unidos, além de coordenador de defesa de área dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio-2016.
Fonte: @ Estadão
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