Ação cumpre 31 mandados de busca em três Estados contra rede de empresas, incluindo escritório de advocacia, por lavagem de dinheiro da Cracolândia.
A operação para desmantelar a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na Cracolândia revelou uma complexa teia de empresas envolvidas, incluindo um banco, casas de câmbio e um conglomerado de empresas no Brasil e no Uruguai. Essa operação também identificou uma offshore ligada à Mossack Fonseca, o escritório de advocacia panamenho associado ao escândalo dos Panamá Papers.
O desdobramento dessa operação levou a uma intensa investigação policial que resultou em ações coordenadas para desarticular a rede criminosa. Os desdobramentos desse caso revelaram a extensão da corrupção e da lavagem de dinheiro, mostrando a importância de ações conjuntas para combater crimes financeiros transnacionais.
Desdobramento da Operação Downtown revela rede de empresas ligadas ao PCC
A mais recente fase da Operação Downtown, realizada pela Polícia Civil de São Paulo, trouxe à tona uma intrincada rede de empresas associadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A descoberta, feita pelo delegado Fernando José Santiago, do Denarc, revela um verdadeiro ‘sistema bancário do PCC’, que operava de forma clandestina no centro da cidade.
Investigação desvenda conexões financeiras do crime organizado
Ao todo, 31 mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a operação, com foco em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Além disso, 41 contas bancárias foram bloqueadas pela Justiça, evidenciando a extensão das atividades ilícitas do grupo criminoso.
Ação policial revela novos desdobramentos na investigação
O desdobramento da operação revelou que a rede de 78 hotéis e hospedarias anteriormente investigada pelo PCC servia como base logística para o tráfico de drogas na região central de São Paulo. Através de relatórios do Coaf, os investigadores rastrearam o fluxo de dinheiro desde a Cracolândia até empresas de fachada e offshores em diferentes países.
Conexões entre suspeitos apontam para esquema complexo de lavagem de dinheiro
Marcelo Carames, identificado como um dos principais membros do PCC na região, foi apontado como peça-chave no esquema. Ele mantinha relações comerciais com Sheila Costa, proprietária de uma rede de hospedarias, e Ricardo Galian, envolvido em um grande roubo de dinheiro em 2005. As transações financeiras entre eles eram realizadas através de diversas empresas, incluindo a Vemax.
Desvendando a teia de relacionamentos criminosos
Sheila Costa, por sua vez, mantinha vínculos com Daniela Romano e Andressa Borges, ambas acusadas de tráfico de drogas. A Vemax, empresa utilizada para movimentar recursos ilícitos, era operada por pessoas que desconheciam sua verdadeira finalidade, incluindo uma moradora de rua.
Operação revela esquema sofisticado de lavagem de dinheiro e corrupção
O dinheiro proveniente das atividades ilegais era depositado em agências bancárias da Cracolândia, em notas de pequeno valor e em mau estado de conservação, simulando transações típicas de dependentes químicos. A empresa Vemax, utilizada para ocultar a origem dos recursos, realizava pagamentos para diversas empresas, incluindo o Banco Bidu, registrado em nome de Caio Neman, ligado a figuras importantes do crime organizado.
Esses novos desdobramentos da Operação Downtown evidenciam a complexidade e a amplitude das atividades criminosas ligadas ao PCC, revelando conexões surpreendentes entre diferentes indivíduos e empresas envolvidos em esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção.
Fonte: @ Estadão
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