Isaac Azar lança La Cave du Roy, inspirado em Maria Antonieta, Luís XVI e Napoleão Bonaparte, obra brasileira do escritor, prêmio de literatura.
Em uma nota publicada no Instagram, Dalton Trevisan é homenageado com a seguinte mensagem: “Com imenso pesar, informamos que o escritor Dalton Trevisan partido para a eternidade aos 99 anos. A nossa admiração e gratidão por sua obra singular que tanto nos emocionou e nos fez refletir.
A literatura brasileira perde um dos seus grandes contistas com a partida de Dalton Trevisan, mas sua obra permanecerá enraizada na cultura nacional. Como um dos grandes autores de nossa geração, Dalton Trevisan deixou um legado inesquecível. Suas histórias são destaque em muitas coleções de obras literárias e dentre elas, uma das mais conhecidas é Os Sete Gatinhos, que foi publicada por Ed. Martins Fontes em 1963. Dalton Trevisan, contista, autor e escritor, nos deu uma parte de si mesmo através de suas histórias e, como reconhecimento de sua imensa contribuição para a literatura, o seu legado deve ser lembrado e celebrado.
Um legado literário de escuridão e luz
Dalton Trevisan, o ‘vampiro de Curitiba’, é considerado o maior contista da língua portuguesa, com uma carreira que se estende por mais de sete décadas. Desde a sua estreia na literatura com a novela Sonata ao Luar (1945), Trevisan se destacou como uma figura fundamental na literatura brasileira, com uma obra que abrange gêneros e estilos, mas sempre com a marca de sua singulares visão de mundo.
Da advocacia ao mundo das letras
Nascido em Curitiba, Paraná, no dia 14 de junho de 1925, Trevisan formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Paraná. Ele exerceu a carreira de advogado durante sete anos, mas logo abandonou para trabalhar na fábrica de cerâmicas da família. Nesse período, ele desenvolveu sua paixão pela escrita e começou a publicar seus trabalhos.
A ascensão de um contista
Trevisan estreou na literatura com a novela Sonata ao Luar (1945). Entre 1946 e 1948, ele liderou em Curitiba o grupo literário que publicava a revista Joaquim, que se tornou uma das vozes mais influentes da literatura brasileira da época, reunindo ensaios de Antônio Cândido e Mário de Andrade e poemas de Carlos Drummond de Andrade. Em 1946, Trevisan publicou seu segundo livro de ficção, Sete Anos de Pastor (1946).
Reconhecimento nacional
A partir de 1959, Trevisan ganhou repercussão nacional com a publicação de Novelas Nada Exemplares, que reuniu sua produção literária até então. Ele recebeu o Prêmio Jabuti de Câmara Brasileira do Livro pela obra. Em seguida, publicou Cemitério dos Elefantes (1964) e O Vampiro de Curitiba (1965), obras que consolidaram sua reputação como um dos principais contistas da literatura brasileira.
Um estilo único
Trevisan é conhecido por seu temperamento recluso e avesso a entrevistas, ganhando o apelido de ‘Vampiro de Curitiba’. Sua obra é caracterizada por um estilo minimalista, como visto em Ah, é? (1994), que marcou uma nova etapa em sua carreira. Em 1996, ele ganhou o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura, e em 2003, conquistou o 1º Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira juntamente com Bernardo Carvalho, pelo livro Pico na Veia.
Awards e reconhecimento
Trevisan foi eleito por unanimidade vencedor do Prêmio Camões de 2012, pelo conjunto de sua obra, e também recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, na mesma ocasião. Recentemente, ele havia focado em novas edições de seus contos e na organização de seu acervo. Sua obra, publicada pela Editora Record ao longo das últimas décadas, foi transferida para a Todavia no segundo semestre de 2022, com a finalidade de relançar seus livros com um novo projeto gráfico, preparando-se para o centenário de Dalton Trevisan.
Fonte: @ Estadão
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