Programa incentiva uso de combustível em setores industriais de difícil descarbonização, como siderúrgico e químico, considerando teoria da delegação e custos de agência.
O papel do Judiciário na política brasileira tem sido cada vez mais relevante, influenciando decisões importantes que afetam a sociedade como um todo. No entanto, a maioria das análises sobre esse fenômeno se concentra excessivamente na personalidade individual de um juiz ou de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em vez de considerar a instituição como um todo.
É fundamental entender que o Poder Judiciário é uma instituição complexa, com uma estrutura e um funcionamento que vão além da personalidade de seus membros. A Corte Suprema, por exemplo, tem sido palco de decisões históricas que moldaram a história do país. Além disso, o Judiciário tem um papel fundamental na garantia dos direitos fundamentais e na promoção da justiça social. É hora de olhar para o Judiciário de forma mais ampla e profunda.
O Papel do Judiciário na Democracia
O protagonismo do Judiciário é frequentemente atribuído a características pessoais ou a um estilo próprio de atuação de alguns de seus membros, em vez de ser visto como resultado de elementos institucionais. No entanto, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, argumenta que a atuação arrojada do ministro Alexandre de Moraes é fruto de uma visão majoritária no Supremo, e não de uma abordagem personalista ou monocrática. Segundo Barroso, Moraes tem condições de desempenhar esse papel porque reflete um sentimento coletivo de proteção da democracia.
Essa interpretação institucional de Barroso é baseada na teoria da delegação, que sugere que existem ganhos coletivos quando se delega poderes a agentes individuais para que atuem de forma consistente com os interesses de uma determinada maioria. Nesse sentido, Moraes seria um ‘agente’ dos interesses da maioria da Corte, assim como foi o ex-ministro Joaquim Barbosa no julgamento do mensalão ou o ex-juiz Sérgio Moro durante a Lava Jato.
A Delegação de Poderes no Judiciário
Muito do que parece ser um arroubo individual pode ser, na realidade, apenas delegação. Ou seja, o ministro estaria agindo como seus pares desejam. Isso não significa que as preferências, estilos e idiossincrasias individuais não sejam importantes, mas sim que seria mais ‘eficiente’ para o plenário que o ministro atue individualmente e arque com os custos que recairiam em toda a corte se a decisão fosse coletiva.
Mesmo quando a atuação individual de um ministro ‘cruza o sinal’ para além do que o plenário acha razoável, valeria a pena para o plenário correr esse risco e arcar com esses ‘custos de agência’. Ou seja, nem sempre é vantajoso reverter a decisão individual de um agente, mesmo quando ela parece exagerada. Apenas quando os ‘custos de reversão’ são baixos é que o plenário teria incentivos a reagir rapidamente a uma decisão individual e corrigir o rumo ou mesmo destituir o agente individual da função de representar os interesses coletivos.
O Papel do Poder Judiciário na Democracia
O Poder Judiciário desempenha um papel fundamental na proteção da democracia, e a atuação do Supremo é essencial para garantir a estabilidade e a justiça no país. A Corte é responsável por interpretar a Constituição e garantir que as leis sejam aplicadas de forma justa e igualitária. Nesse sentido, a atuação do ministro Alexandre de Moraes é um exemplo de como o Judiciário pode atuar de forma eficaz para proteger a democracia e garantir a justiça.
No entanto, é importante lembrar que a atuação do Judiciário não é apenas resultado de características pessoais ou de um estilo próprio de atuação de seus membros. A institucionalidade e a teoria da delegação desempenham um papel fundamental na forma como o Judiciário atua e toma decisões. É importante entender esses elementos institucionais para compreender melhor o papel do Judiciário na democracia.
Fonte: @ Estadão
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