Políticos ainda se referem a Lula e Bolsonaro pelo constrangimento que criam, gerando desgaste e polarização nas forças políticas, em batalhas jurídicas e eixos claros de atuação.
No cenário atual das eleições municipais paulistanas, Lula e Bolsonaro enfrentam um desafio significativo, pois suas bolhas de influência parecem menos eficazes do que se imaginava. A capacidade de mobilização desses líderes políticos é questionada, e isso pode ter um impacto significativo no resultado das eleições.
Embora a polarização política continue sendo um fator importante no Brasil, a influência de Lula e Bolsonaro pode não ser tão grande quanto se pensava. Isso pode ser um sinal de que o poder político está se distribuindo de forma mais equilibrada entre os candidatos. A verdadeira prova de fogo será no segundo turno, onde a capacidade de mobilização e a influência dos líderes políticos serão testadas de forma mais intensa. As bolhas de influência de Lula e Bolsonaro serão fundamentais para determinar o resultado das eleições.
As Bolhas Políticas em Declínio
Ainda que Lula e Bolsonaro continuem a ser figuras proeminentes na política brasileira, é evidente que ambos estão sofrendo um desgaste significativo. O desgaste de Lula é mais visível em sua disposição física para enfrentar campanhas eleitorais domésticas, enquanto o mundo lá fora parece precisar de sua liderança. No entanto, o principal problema para o petista é o fato de que suas ideias antigas e seu apego ao passado estão causando um notável enfado.
O desgaste de Bolsonaro, por outro lado, é resultado não apenas da perspectiva de longas batalhas jurídicas sem chances de sucesso, mas também da perda de sua capacidade de surpreender e de se concentrar em eixos claros de atuação política. Isso diminuiu consideravelmente sua capacidade de ungir candidatos.
É óbvio que políticos disputando eleições ainda precisam se referir aos donos das grandes bolhas, mas é mais pelo ‘constrangimento’ que tanto Lula quanto Bolsonaro ainda têm capacidade de criar. A doutrina de que ‘toda política é local’ parece ter menos validade quando se trata de eleitores em grande número, como em São Paulo, e de fatores econômicos e sociais complexos que refletem e influenciam condições nacionais.
A Dissolução das Bolhas
As eleições municipais paulistanas são preocupantes para Lula e Bolsonaro, pois sugerem algum grau de dissolução da calcificação das bolhas descritas por analistas e acadêmicos. O racha na bolha da ‘direita’ foi o mais explícito, onde ficou claro que Bolsonaro não foi capaz de consagrar um sucessor inconteste. Além disso, na esquerda, o candidato em São Paulo se esforçou para atingir um eleitorado além do tradicional reduto petista, mas Lula tem se mostrado incapaz.
Há alguns padrões ‘novos’ incorporados na luta política que nem Lula nem Bolsonaro estão sendo capazes de ‘conduzir’. Em parte, são valores como empreendedorismo ou religião que as estratégias políticas de esquerda têm dificuldades de entender e atingir. Em parte, é uma busca por sentido e direção, no campo de centro direita, que não se enxerga no bolsonarismo ou mesmo o repele abertamente.
A influência das bolhas está diminuindo, e o poder de Lula e Bolsonaro está sendo questionado. A polarização política está se tornando menos intensa, e novos padrões estão emergindo. É difícil prever como esses padrões impactarão as eleições de 2026, mas o que acontece em São Paulo indica que serão diferentes do que se pensava ainda no ano passado. As bolhas estão perdendo sua força, e a política está mudando.
Fonte: @ Estadão
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